Inversão de valores entre Atlético e América no Independência

Felipe Torres e Gláucio Castro - Hoje em Dia
21/02/2014 às 09:13.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:10

Quarta-feira, 25 de abril de 2012. Quase 6 mil torcedores do América pagam ingresso para presenciar um momento único: a histórica reinauguração da Arena Independência. A expectativa era a de que o encontro com o Argentinos Juniors se tornasse um marco na trajetória centenária do Coelho. Afinal, desde 2001, o clube não comemora um título de expressão.
Na mesma noite, os atleticanos acompanham de perto a reestreia do Gigante do Horto. Dois meses antes, o presidente Alexandre Kalil confirmava que ali seria o novo “terreiro” do Galo, após um polêmico acordo com a BWA, empresa gestora da reformada arena.

Passados quase dois anos da abertura dos portões, Galo e Coelho ficarão novamente frente a frente no gramado do Independência, neste domingo, às 16h, pela sétima rodada do Campeonato Mineiro.

Mas, durante essas duas temporadas, ficou evidente a inversão de realidades entre os dois anfitriões do estádio. Se o América é o “dono por direito”, o Atlético reina absoluto no Gigante do Horto. Tanto que o Galo só perdeu duas vezes na arena a partir de 2012. São 56 jogos, com 40 vitórias e 14 empates.

Vale ressaltar que, até hoje, os americanos não engoliram a presença dos alvinegros dentro de sua “casa”, o que aumentou a rivalidade dos personagens do eterno “Clássico das Multidões”.

“Caiu no Horto”

No embalo do “Caiu no Horto, tá morto”, o alvinegro realizou campanhas lendárias no Estadual e na Copa Libertadores de 2013. Episódios marcantes, como a defesa de Victor nas quartas de final do torneio sul-americano, selaram a relação de amor com o estádio.

A chegada de Ronaldinho ao Galo abrilhantou os espetáculos. “A força que os torcedores nos passam no Horto é indescritível. Ela nos empurra do começo ao fim das partidas. Ainda posso dizer que nunca perdi lá. Isso é motivo de orgulho”, lembra R10, que não esteve presente nas derrotas da equipe para Atlético-PR e Tombense.

Em quinto lugar (8 pontos) no Mineiro, o Atlético precisa bater o Coelho no domingo, na busca pelo G-4. Os comandados do técnico Paulo Autuori são os mandantes do clássico. Por isso, a expectativa é de cadeiras cheias.

Os atleticanos contarão com a presença do atacante Jô. O “matador”, que deve disputar a Copa do Mundo, ostenta o título de artilheiro desta fase remodelada do Independência. São 21 gols. Ele é seguido por Ronaldinho, que tem 15.

Crise de identidade

O América frustrou seus torcedores na Série B do Brasileiro da temporada passada. Em muitos momentos da disputa, deu a impressão de que lutaria pelo acesso à Primeira Divisão. Porém, o péssimo desempenho de 47% no Horto – seis vitórias, nove empates e quatro derrotas – destruiu qualquer pretensão.

A crise de identidade do Coelho com o Independência é notória. Pelo fato de os resultados não aparecerem, além de o Galo ter feito do local um “caldeirão”, existe uma desconfiança em relação à arena. O símbolo do clube está espalhado por todos os cantos do estádio. Mas falta o time marcar território.

No fim de semana, os americanos, do treinador Moacir Júnior, não podem nem pensar em tropeçar, mesmo na condição de visitante. O Coelho amarga a oitava colocado (5 pontos) no Estadual e quer se afastar da zona de rebaixamento.  

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