Irreconhecível, Atlético dá vexame e cai diante do Raja Casablanca

Wallace Graciano - Hoje em Dia
18/12/2013 às 19:32.
Atualizado em 20/11/2021 às 14:53
 (Lucas Prates/Hoje em Dia)

(Lucas Prates/Hoje em Dia)

Tristeza sem fim. Nem o mais pessimista dos atleticanos conseguiria pensar em um trágico final naquele que era um dos anos mais felizes de sua história. Irreconhecível, o Atlético sucumbiu perante o contra-golpe dos marroquinos e viu o Raja Casablanca ir à final do Mundial após uma sofrida derrota por 3 a 1. 18 de dezembro de 2013 será um dia que ficará marcado como o “Marrocanazzo” alvinegro.   A aventura alvinegra no Marrocos não termina nesta terça, porém não há mais motivos para sorrir. Em vez de encarar o Bayern na final do torneio, em partida que será disputada às 17h30, no Marrakech Stadium, o Atlético terá de se contentar de fazer o jogo de fundo, contra o Guangzhou, às 14h30 do mesmo dia.    Fora do script   O futebol tem suas lógicas que poucos entendem. Uma delas é como o fator psicológico pode equilibrar diferenças técnicas gritantes. E isso foi presente no duelo desta quarta. Ninguém esperava um resultado fácil, já que o Raja mostrou qualidade no contra-ataque, durante o embate contra o Monterrey. O problema é que havia a expectativa que o maior “cacoete” dos atletas do Galo fizesse a diferença sobre o ímpeto rival. E isso não ocorreu.   Enquanto o Raja era emoção pura, o Atlético era tensão. Foi uma guerra de nervos. Chegadas mais duras que o comum, passes fora do momento e conclusões precipitadas ditaram a tônica do primeiro tempo.    A proposta marroquina era explorar os contra-golpes, mas não se fechava por completo, como fez o Guangzhou frente ao Bayern. Para isso, saíam trocando passes curtos pelo meio, buscando sempre alguma brecha em algum dos lados. A “volância” alvinegra, acostumada a quebrar essa saída de bola adversária, não conseguiu fazê-la nesta quarta e assim permitiu que o Raja gostasse do jogo.   Com isso, o primeiro tempo se mostrou totalmente franco. O Galo finalizou oito vezes, contra cinco do rival. O grande problema é que nas chances reais de gol houve empate. Três para cada lado. E sempre agudas do lado marroquinho, o que deixou o torcedor atleticano com o “coração pela boca”. Melhorar era preciso.    Marrocanazzo   As laterais atleticanas se mostraram um ponto vulnerável durante todo o primeiro tempo. Marcos Rocha, mesmo experiente, não conseguia encontrar seu melhor posicionamento. Na ala oposta, Lucas Cândido, de quem muito se esperava para virar terceiro-zagueiro, complicou na hora de fechar espaços. Como os africanos eram rápidos, se desenhava um gol por ali. E veio.   Aos cinco minutos, o time marroquino armou um rápido contra-golpe pelo meio. A bola foi invertida pela diagonal e caiu nos pés do arisco  Iajour, que estava livre nas proximidades da ára alvinegra. Sem muito enfeite, chutou pouco após o domínio e saiu para o abraço. 1 a 0.                                                                             Jogadores marroquinos comemoram a histórica vitória (Foto Fadel Senna/AFP)     O Galo acusou o golpe. No prejuízo e não querendo decepcionar sua torcida, que viajou para tão longe. O problema é que a emoção ultrapassou a razão e dificultou as jogadas ofensivas alvinegras, sempre inconclusivas. Era o momento do craque desequilibrar. E ele surgiu. Fernandinho recebeu uma bola pela ponta-esquerda e tentou cortar pro meio. Só não avançou rumo ao gol porque o defensor marroquino parou. Falta na entrada da área. E ali é quase pênalti para Ronaldinho, que cobrou com perfeição no contra-pé do arqueiro rival. Que belo gol. O Galo estava vivo! 1 a 1.    O problema é que quando o Galo crescia e mostrava que a virada estava próxima, o duro golpe veio. Aos 39 minutos,  Iajour, o carrasco do primeiro gol, recebeu pela esquerda e invadiu a àrea atleticana. Quando Réver deu o bote, ele caiu no chão, em um pênalti discutível. Moutaouali não perdoou, bateu no canto esquerdo de Victor e foi para o abraço. 2 a 1.   A pá de cal veio aos 49 minutos. Mabide puxou contra-ataque, deixou Réver na saudade e mandou por cima de Victor. A bola bateu na trave, mas se transformou em passe para Mabide (aquele mesmo que falou que Ronaldinho não era mais o mesmo). Foi dele a responsabilidade de sacramentar o triste fim do maior sonho atleticano.    Ficha técnica   RAJA CASABLANCA  3 X 1 ATLÉTICO   Raja Casablanca: Khalid Askri, Zakaria El Hachimi, Mohamed Oulhaj, Ismail Benlamalem, Adil Karrouchy; Erraki, Gueshi, Chemseddine Chtibi (Vivien Mabide), Moutaouali; Hafidi e Mouhssine Iajour. Técnico: Faouzi Benzarti   Atlético: Victor, Marcos Rocha (Luan), Leonardo Silva, Réver, Lucas Cândido; Pierre, Josué (Leandro Donizete), Ronaldinho; Fernandinho, Diego Tardelli e Jô. Técnico: Cuca   Gols:  Iajour (aos 5'), Ronaldinho (aos 17'), Moautoali (pênalti) (aos 39') e Mabide (aos 49' do 2º tempo) Data: 18 de dezembro de 2013 Motivo: Semifinal do mundial de clubes da Fifa Estádio: Marrakech Stadium Cidade: Marrakech – MAR Público: 35.219 presentes Árbitro: Carlos Velasco Carballo (ESP) Auxiliares: Roberto Alonso Fernandez (ESP)  e Juan Carlos Yuste (ESP) Cartão amarelo: Réver (Atlético)    

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