Nas festinhas do bairro Bacacheri, zona nordeste de Curitiba, Levir Culpi conheceu Marília Matter, com quem se casaria seis anos depois. Aos 17 anos, era a primeira grande conquista do futuro treinador.
Hoje, a poucos quilômetros do local onde cresceu, o comandante do Atlético está de volta à capital do Paraná e enfrenta o Coritiba, às 18h30, para continuar sonhando com o primeiro beijo de um amor platônico: a taça do Brasileirão.
“Fiz trabalhos nos quais as pessoas não valorizam muito, mas eu considero bastante. Mas aqui no Brasil só vale o campeão”, diz.
Entre os atuais treinadores da Série A, ninguém persegue o título há mais tempo do que Levir. Estreou na competição em 1986. Desde então, foram 16 edições disputadas. Ele já bateu na trave em seis ocasiões.
Chegou perto da faixa de campeão por duas vezes, perdendo uma final pelo Cruzeiro (1998) e sendo vice pelo Atlético-PR (2004). Curiosamente, os arquirrivais de Galo e Coxa.
Levir Culpi vislumbrou a conquista do Brasileirão, pela primeira vez, justamente no banco de reservas do Atlético. O carrasco foi, ironicamente, o Corinthians, em 1994, na semifinal. E tirar o Timão da cabeça é a missão desta noite no Estádio Couto Pereira.
“Pensar no Corinthians? De certa forma atrapalha, claro. A nossa realidade é o jogo do Coritiba. Ficar com o Corinthians na cabeça não representa vantagem alguma para nós. Você tem que focar tudo no próximo objetivo. As contas estão aí e não adianta lamentar o que se passou e nem pensar muito no futuro”, analisa o treinador alvinegro.
São sete pontos de diferença para o velho algoz paulista, que precisam ser minados até o confronto direto entre os dois principais postulantes ao título, no Independência, em novembro. “Se chegar no jogo contra o Corinthians com dois ou três pontos, então a coisa fica legal”.
Casamento a salvo
Em Curitiba, Levir Culpi mantém dois restaurantes administrados pela esposa. Culinárias mineira e japonesa. Nessa sexta (2), ele assumiu uma promoção para a Massa do Galo, oferecendo refeições gratuitas para o torcedor uniformizado que for ao Couto Pereira.
“O desconto para a imprensa foi reduzido em 2%. Porque, da última vez, ninguém foi lá. Já o torcedor não paga. Se aparecer com camisa do Atlético, não precisa pagar. Eu vou assumir isso, nem que perca meu emprego no casamento.”
Mas Marília Culpi tratou de evidenciar o tom de brincadeira de Levir, até para que o treinador não tenha trabalho para manter o cargo de marido. “Tenho certeza de que ele estava brincando. Caso contrário, ele realmente iria balançar no cargo (risos)”, disse ela.