Para levar a taça, Atlético precisa repetir feito que só Sport conseguiu na Copa do Brasil; entenda
Galo precisa de vitória por dois ou mais gols de diferença para conquistar título após revés de 3 a 1 no Maracanã; time tem histórico de viradas inesquecíveis na competição
(Fotos: Pedro Souza / Atlético)
O Atlético tem pela frente um desafio que entra para os livros da história do futebol brasileiro. Derrotado pelo Flamengo por 3 a 1 no primeiro jogo da final da Copa do Brasil, o time mineiro precisa reverter o placar no segundo duelo, algo alcançado apenas uma vez em toda a história da competição. A decisão ocorrerá neste domingo (10), às 16h, na Arena MRV, em Belo Horizonte.
A única equipe que conseguiu reverter uma situação semelhante foi o Sport Recife, em 2008. Naquele ano, o time pernambucano perdeu por 3 a 1 para o Corinthians no jogo de ida, em São Paulo, mas venceu por 2 a 0 na volta, na Ilha do Retiro, e garantiu o título graças ao critério de gol fora de casa – uma regra que já não vale mais na competição desde 2017.
Dessa vez, o Galo não poderá contar com essa vantagem. Para levantar a taça, o time mineiro precisará vencer o Flamengo por três gols de diferença no tempo regulamentar, ou por dois para levar a decisão aos pênaltis. Já o Rubro-Negro, que chega com uma mão no título, pode até perder por um gol de diferença e ainda assim se consagrar campeão.
Além da vantagem no placar, o Flamengo também conta com os números ao seu favor. Nas nove finais em que um time venceu o primeiro jogo por dois gols de diferença, todos os campeões, exceto o Sport, confirmaram o título na volta. Clubes como Paulista (2005), Santos (2010), Palmeiras (2012) e até o próprio Atlético (2014 e 2021) saíram vitoriosos ao sustentar essa margem no agregado.
Para o Atlético, a missão é dura, mas não impossível. Em casa, com o apoio da torcida, o Galo espera fazer história novamente e quebrar as estatísticas para conquistar a taça inédita na Arena MRV, diante de um Flamengo que chega embalado e confiante em mais um título.
"Eu acredito" surgiu para levar confiança à torcida atleticana
Após derrotar o Palmeiras, o Atlético enfrentou o Corinthians de Mano Menezes nas quartas de final da Copa do Brasil de 2014. No jogo de ida, em São Paulo, o Galo saiu derrotado por 2 a 0, com direito a provocação de Mano, que celebrou o gol de Paolo Guerrero com uma dancinha no banco. Na volta, no Mineirão, o desafio era imenso: vencer por três gols de diferença. O Galo foi além. Após abrir 4 a 1, selou a classificação com Edcarlos balançando as redes aos 41 do segundo tempo, celebrando com a mesma dancinha que Mano havia feito.
Na semifinal, o adversário era o Flamengo, que também venceu o primeiro confronto por 2 a 0 no Maracanã. Para piorar, o Flamengo ainda ampliou para 3 a 0 no placar agregado com Everton, logo no início do jogo da volta, no Mineirão. Mais uma vez, o Atlético precisava de quatro gols para seguir na competição. Mesmo com o jogo contra o relógio, o Galo reverteu a situação e sacramentou o placar de 4 a 1, com o gol decisivo de Luan, explodindo a torcida e mostrando que o “Eu Acredito” se fazia real mais uma vez.
Já na final, o Atlético encarou seu maior rival, o Cruzeiro, em uma disputa que terminou com mais uma demonstração de força. No Independência, vitória atleticana por 2 a 0; no Mineirão, triunfo por 1 a 0. Assim, o Galo ergueu o troféu, tornando-se campeão da Copa do Brasil pela primeira vez e consolidando sua fama de time de viradas impossíveis.
A campanha histórica ficou marcada pelas superações sucessivas e consolidou o "Eu Acredito" como símbolo da torcida alvinegra, selando uma conquista épica em meio a façanhas que, para muitos, desafiaram a lógica do futebol.
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