Parabéns ao ídolo: Ronaldinho Gaúcho comemora 34 anos

Felipe Torres e Gláucio Castro - Hoje em Dia
21/03/2014 às 08:46.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:45
 (André Brant)

(André Brant)

Em 26 de abril do ano passado, um ilustre visitante chamou a atenção na Cidade do Galo. Seus traços indígenas denunciavam a origem boliviana. Vestindo a camisa do Barcelona, o jovem Elion Quintasi, então com 18 anos, saiu escondido de casa, enfrentou uma viagem de cinco dias de ônibus e desembarcou em BH. Na bagagem, trazia o grande sonho de conhecer o ídolo Ronaldinho Gaúcho.

Sua história comoveu o técnico Cuca, que, ao saber que ele estava dormindo na porta do CT de Vespasiano, o convidou a entrar. Assim, um emocionado Quintasi não só cumprimentou o craque, como ganhou dois uniformes autografadas e bateu bola com R10. “Não tenho palavras para descrever minha felicidade”, comentou, na época.

A história do boliviano resume bem o efeito da chegada de Ronaldinho ao Atlético. Portanto, no aniversário de 34 anos do craque, a Massa não tem medo de afirmar que a história atleticana se divide em antes e depois de R10.

“Nunca tinha imaginado treinar ao lado dele. É um aprendizado. Ronaldinho dispensa comentários, é um ídolo. Uma emoção imensa para quem está começando”, garante o jovem atacante alvinegro Carlos, de apenas 18 anos.

Chegada inusitada

A reação de Carlos se pareceu com a dos colegas em 2012. Muitos não acreditaram quando viram o astro treinando na Cidade do Galo. Porém, a apresentação no alvinegro foi simples, sem qualquer glamour. Afinal, o armador precisava recuperar o prestígio na carreira.

“A torcida do Galo me acolheu na pior fase da minha vida. Nunca tinha recebido tanto carinho. Vou fazer de tudo para dar um título a ela e entrar na história do clube”, costumava dizer Ronaldinho.

Ele conseguiu. O seu presente à Massa foi a épica conquista da Copa Libertadores de 2013. “Acabei me tornando mineiro”, brinca R10.

Na capital, Ronaldinho reencontrou também velhos amigos. O mais especial deles é Jô, com quem conviveu na Seleção. “Na ocasião, até falei para o Ronaldo: ‘Pô, você poderia ter me avisado que vinha para cá’. Ele me respondeu: ‘Não, foi surpresa para mim também’. Como amigo, é uma pessoa indiscutível, gostamos das mesas coisas, principalmente de pagode”, lembra o atacante.

Momentos marcantes

Ronaldinho calou os críticos que acreditavam em seu fracasso com a número 10 do Atlético. Em junho, o astro completará dois anos de Galo. Incontáveis os momentos que se tornaram inesquecíveis, especialmente no Independência. “O Horto é minha casa”, gosta de frisar.

Do choro ao marcar um gol após a morte do padrasto ao agradecimento de ver uma faixa em homenagem à mãe, R10 não fugiu à condição de ídolo.

Seu carisma é tanto que ele arrasta uma legião de fãs durante as viagens internacionais do Galo

Referência dentro e fora de campo para a próxima geração da família

Todas as manhãs, o meia Diego Assis, 19 anos, do modesto Cruzeiro, de Porto Alegre, segue para mais um dia de treinamento. Na cabeça, um pensamento fixo comum a qualquer jogador em início de carreira: “Quero vestir a camisa da Seleção Brasileira e atuar na Europa”.

A referência dentro das quatro linhas não poderia ser melhor. Duas vezes eleito o melhor do Mundo pela Fifa, Ronaldinho é o grande exemplo para o jovem.

Mas o craque não é referência para o Diego apenas com a bola nos pés. R10 é simplesmente o tio favorito. “Ele é uma das pessoas mais simples que eu conheço”, diz. Enquanto para a maioria dos mortais o principal nome em atividade no país é um mero ídolo, para Diego é diferente. “Somos como irmãos”, conta.

Filho do também ex-meia Roberto Assis, o sobrinho do astro tem o prazer de conviver de perto com um dos maiores nomes do futebol que o planeta já conheceu.

“Quando estamos juntos, gostamos de ouvir música, jogar videogame e brincar um com o outro. Infelizmente não vou poder dar um abraço pessoalmente nele porque estou morando em Porto Alegre, mas serei um dos primeiros a ligar”, revela Diego.

Antes de atuar pelo Cruzeiro-RS, o jovem passou pela base do Atlético e morou na casa de Ronaldinho, em Lagoa Santa.

Pai de Diego e irmão de Ronaldo, Assis é outra presença importante na vida de R10. “Nossa relação é ótima. Ele é um grande irmão, uma grande pessoa, um grande homem e um grande jogador. Só desejo a ele muita paz, muita saúde e muita alegria, que é tudo que ele está tendo desde que chegou ao Galo”, diz Assis, que também cuidou de Ronaldinho.

O pai, João Moreira da Silva, morreu afogado na casa que Assis havia ganhado do Grêmio, quando R10 tinha apenas nove anos.

Amor de mãe

Mas é mesmo Dona Miguelina que reina absoluta no coração do craque. A mãe do meia, que superou um câncer no ano passado, desembarcou na capital mineira no início da semana para curtir o dia especial ao lado do filho.

Na última quarta-feira, ela acompanhou com o coração apertado R10 desperdiçar uma cobrança de pênalti e vibrou muito quando ele converteu o segundo.

“Tudo que aconteceu desde a chegada a BH é momento de muita satisfação para todos nós da família. O momento é maravilhoso, e a torcida sempre reconheceu isso, o apoiou. Espero que ele continue ajudando o Atlético como sempre fez”, vibra.

“O Ronaldo é uma figura muito carismática, muito querida por todos. Ele foi recebido com muita alegria aqui em Minas e recuperou esta alegria de jogar futebol. Está vivendo uma fase muito feliz no Atlético, com todas estas conquistas”, acrescenta o irmão Assis.

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