Presidente do Atlético revela dificuldade de diálogo com o Cruzeiro

"Eu como presidente não vou tirar dinheiro do Atlético e arriscar ficar com um centavo de dívida, principalmente em um jogo de primeira fase de Mineiro. Depois arcar com dívidas". Assim, o presidente do Atlético Daniel Nepomuceno explicou porque o clube abriu mão da carga total a que tinha direito para o clássico do próximo domingo (8), contra o Cruzeiro. Como é visitante, o clube alvinegro teria direito a 6.043 ingressos. No entanto, com medo de não vender todos, a diretoria optou por adquirir apenas 1050 bilhetes para serem comercializados aos atleticanos.   "Um processo que é complexo da negociação entre os dois clubes para o clássico de domingo. Principalmente com relação à reunião da Federação Mineira. Eu queria até esclarecer e colocar uma coisa bem clara para a torcida do Atlético. Quando o Cruzeiro é o mandante, há uma regra que eu não concordo e que é imposta: o Atlético tem que pagar imediatamente o valor do ingresso imposto pelo mandante", diz Nepomuceno. Caso tivesse optado por todos os ingressos a que tinha direito (referente aos 10%), o Atlético deveria pagar, à vista, cerca de R$ 500 mil ao Cruzeiro para tê-los em mãos.   Na reunião realizada na manhã desta quarta-feira (4), na sede da Federação Mineira de Futebol, havia ficado decidido que os atleticanos ocupariam parte dos setores roxo e laranja do Mineirão. No entanto, como o clube alvinegro reduziu o número de ingressos para sua torcida, a diretoria da Raposa se manifestou, através de um ofício, e requisitou que os torcedores rivais ficassem concentrados apenas em um setor, já que não ocupariam todos os assentos disponibilizados.   Sobre isso, o presidente atleticano rebate e disse que o clube havia solicitado 1/3 de bilhetes (350 ingressos) por setor, com o intuito de proporcionar aos torcedores a opção de preços diferenciados. Neste cenário, seria possível encontrar ingressos de R$ 50, 80 e 120. Com a mudança, ficando os atleticanos apenas no setor roxo, apenas os ingressos de preço máximo estarão disponíveis.   "Pegaríamos 1.050 dividos nos três setores; o Cruzeiro negou e falou que seria no mais caro. A gente esperava isso, só que foi oferecido os três setores", explica o mandatário atleticano. "Pedimos proporcionalmente, de maneira muito justa, para não falar que o Atlético não queria só o setor mais barato. Mas foi negado, falado que seria o setor roxo, que é mais caro. E há uma politica de colocar sempre o valor médio do ingresso mais caro para os atleticanos. Fizemos isso no Mineiro e na Libertadores", completa.