Rivalidade à flor da pele na Recopa

Frederico Ribeiro - Hoje em Dia
16/07/2014 às 07:26.
Atualizado em 18/11/2021 às 03:23
 (celso ávila – 17/12/1997)

(celso ávila – 17/12/1997)

Enquanto os adversários nacionais se preparam para a retomada do Campeonato Brasileiro, o Atlético está com a cabeça em outra competição. Nesta quarta-feira (16), às 22h, na Grande Buenos Aires, o Galo enfrenta o Lanús pela Recopa, dando sobrevida à rivalidade entre brasileiros e argentinos, exacerbada pela recente Copa do Mundo no Brasil.

Durante o Mundial, os vizinhos sul-americanos se divertiram com a goleada sofrida pela equipe canarinho diante da Alemanha.

O hit “Brasil, decime qué se siente”, cantado aos quatro ventos pelos argentinos após o vexame brasileiro, ganhou uma versão atleticana em provocação ao Lanús.

Os Granates foram vítimas do alvinegro na Conmebol de 1997, sofrendo uma goleada na própria casa, por 4 a 1.
O confronto, inclusive, criou um sentimento de revanche, mesmo que o time mineiro tenha saído bicampeão.

“Lanús, me diga como se sente. Ter em casa o seu papai. Te juro, mesmo que os anos passem, nunca vamos esquecer. Que o Marques te enganou. Que o Valdir te derrotou. Está chorando a Conmebol até hoje. O Atlético você vai ver. A Recopa nós vamos trazer. O Ronaldinho é maior do que você”.

FORMAÇÃO

O Atlético só terá o problema na zaga para o primeiro compromisso da Recopa. Jemerson deve ser o titular.

Outra mudança está no ataque, com Jô ficando no banco de reservas após chegar da Seleção Brasileira, e André sendo mantido.

O time argentino tem reformulações na equipe, como uma nova dupla de zagueiros.

Contudo, ambos darão máxima importância, já que estão fora da Libertadores e lhe restam, ao menos, a chance de coroar suas prateleiras de troféus.

“Será mais um confronto entre Brasil e Argentina. A rivalidade sempre existiu e se torna um atrativo a mais”, disse o goleiro Victor.

ALGOZ DE R10

Além de Lanús e Atlético se reencontrarem pela primeira vez desde a final da Conmebol, Ronaldinho Gaúcho também terá pela frente um conhecido que lhe remete péssimas lembranças.

Os Granates contrataram o zagueiro Diego Braghieri, que deu uma entrada violenta em R10 na Libertadores de 2013. Na época, ele defendia o Arsenal de Sarandí.

O Estádio La Fortaleza, palco do confronto, apresenta condições ruins de jogo. A previsão meteorológica é de chuva na noite desta quarta-feira na região de Lanús.

Ou seja, dificilmente os jogadores do Atlético vão encontrar um bom palco para seus desempenhos na partida.

Título de 1997 manchado pela agressão a atleticanos

Há quase 17 anos, após vencer Portuguesa, América de Cali e Universitário do Peru, em jogos de ida e volta, o Atlético decidiria a sua terceira final da Copa Conmebol contra o Lanús. A pequena equipe da Grande Buenos Aires havia vencido a edição anterior do torneio e estava no seu auge técnico.

Mas, com gols de Bruno, Serrizuela (contra), Hernani e Valdir Bigode, – Ibagazza descontou – o Galo deixou encaminhado o bicampeonato com uma sonora goleada fora de casa, por 4 a 1. Se não acharam a bola nos 90 minutos, os jogadores Granates conseguiram atingir em cheio os atleticanos.

Após o apito final, o estádio La Fortaleza (mesmo palco do jogo desta quarta) se transformou em campo de batalha. Jorginho tentou pegar a bola para comemorar e Oscar Ruggeri, lendário zagueiro argentino, se descontrolou. Os atleticanos sofreram agressões de atletas e torcedores do Lanús. O técnico Emerson Leão fez cirurgia para reconstruir parte do rosto, atingida na confusão.

“O jogo ficou marcado pelo quebra-pau, mas a verdade é que os argentinos não aguentaram tomar um chocolate de brasileiros em sua própria casa e partiram para a agressão. Mas, hoje, acredito que um episódio como aquele não se repete. Há muitas câmeras no campo e há um respeito maior”, avaliou o ex-atacante Marques.

O jogo de ida foi no começo de novembro daquele ano. A volta, no Mineirão, que seria disputada na outra semana, teve que ser adiada para dezembro (34 dias depois). O Atlético administrou a vantagem. Com o empate em 1 a 1, em casa, a equipe alvinegra poderia celebrar mais um título internacional.

Apesar do que houve na Argentina, vingança nunca passou pela cabeça dos atleticanos. “Houve um burburinho na época, mas nenhum tipo de revide se concretizou na torcida ou entre os jogadores”, completou o ídolo alvinegro.

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