(Bruno Cantini)
A cultura popular diz que o sete é número de mentiroso. No Atlético, a história é bem diferente, e ele está ligado a personagens marcantes das três conquistas sul-americanas do clube: Sérgio Araújo (Copa Conmebol de 1992), Valdir Bigode (Copa Conmebol de 1997) e Jô (Copa Libertadores de 2013).
O desafio de Robinho, que faz nesta quarta (24) sua estreia pelo Galo, diante do Independiente del Valle, do Equador, a partir das 21h45, no Independência, é integrar o seleto grupo dos camisas 7 atleticanos e conduzir o Galo ao bicampeonato continental. Quem sabe, sendo artilheiro como dois deles: Valdir e Jô, ambos, coincidentemente, com 7 gols.
E motivação não falta ao novo ídolo da Massa. Na sua apresentação, no último dia 12, na Cidade do Galo, ele garantiu que a conquista da América não é uma obsessão.
Mas levantar a taça, que escapou em 2003, quando ainda era um garoto e não conseguiu fazer seu Santos superar o Boca Juniors, da Argentina, na decisão, é o objetivo maior do novo atacante alvinegro.
“Não é uma obsessão, mas é um titulo importante que ainda não conquistei. Agora, tenho a oportunidade de ser campeão pelo Atlético e vou atrás disso”, garantiu Robinho no primeiro dia em que vestiu a camisa atleticana.
Ainda não se sabe, porém, se o “Rei das pedaladas” será titular do confronto ou entrará no decorrer do jogo. Certo é que ele conhecerá o clima da torcida alvinegra, empolgada em ver de perto o novo “Messias” e, quem sabe, a quarta prova de que, no Atlético, o 7 segue a mesma tradição da Bíblia, sendo o número mais sagrado do catolicismo romano.
Aposta e desejo de sucesso para o novo atacante alvinegro
Das três conquistas continentais do Atlético, ele foi o único “7” que não se sagrou artilheiro. Em contrapartida, foi reverenciado como o melhor jogador daquela Conmebol de 1992. Depois de 24 anos, o ponta direita Sérgio Araújo se sente muito bem representado ao ver Robinho usando a sua camisa. Até porque, na visão do ídolo atleticano, o novo “7” ainda tem muita lenha para queimar.
“É um grande jogador. Para mim, tem totais condições de render até mais que o Ronaldinho Gaúcho. Acredito que ele ainda tem muito o que contribuir ao futebol brasileiro”, diz o ex-jogador.
Robinho deve fazer uma função semelhante à de Sérgio Araújo nas três passagens dele pelo Galo, só que do lado oposto, o esquerdo. De qualquer forma, o campeão da Conmebol de 1992 prevê o reforço alvinegro como um excelente garçom para Lucas Pratto.
“Robinho é o parceiro ideal do Pratto. Se ele (o argentino) tivesse eu de um lado e Edvaldo do outro, faria igual ao Nunes em 1986, artilheiro do Mineiro com 20 e tantos gols (foram 26)”, analisa Sérgio Araújo.
Direto da China
Outro antecessor de Robinho com a 7, Jô, atualmente no Jiangsu Suning, da China, gravou um vídeo desejando boa sorte ao colega no clube mineiro.
“Que você tenha muito sucesso, tem experiência e qualidade para isso para exercer um grande futebol. E, claro, usando a camisa 7 que eu pude usar, ser artilheiro e campeão”.