Victor brilha, defende pênalti decisivo e põe o Galo na final da Libertadores

Álvaro Castro - Hoje em Dia
11/07/2013 às 00:27.
Atualizado em 20/11/2021 às 19:57

Foi com muita emoção que o Atlético superou o Newell's Old Boys e chegou pela primeira vez a uma final de Libertadores. O jogo, na noite desta quarta-feira (10), terminou com o placar de 2 a 0 no tempo normal, o que levou a disputa para os pênaltis. O Atlético foi soberano e carimbou o passaporte para o Paraguai, onde encara o Olímpia na grande decisão. Victor voltou a brilhar e defendeu o pênalti decisivo, garantido o 3 a 2 alvinegro, que leva o Galo para sua primeira final na competição continental.

O Atlético começou o jogo em cima, marcando forte e saindo em velocidade. O gol marcado logo aos 2 minutos dava a impressão de que a meta seria cumprida sem maiores dificuldades. Com o quarteto fantástico inspirado, o primeiro tempo foi de muita movimentação e algumas chances perdidas. No segundo tempo, Cuca fez várias mudanças, jogando o time para frente, com as entradas de Guilherme, Luan e Alecsandro. O primeiro, iluminado, fez o segundo gol do Galo, resultado que levou o confronto para os pênaltis.

Pelo lado argentino, o domínio de bola visto no confronto em Rosário não se repetiu. O Newell's Old Boys foi facilmente dominado no primeiro tempo. O time comandado por Martino ainda perdeu o experiente zagueiro Heinze na metade da etapa inicial. Scocco e Máxi Rodriguez, que infernizaram a defesa alvinegra, pouco fizeram e Victor foi mais um torcedor, comparecendo bem quando exigido. No segundo tempo, os argentinos voltaram mais bem postados, mas não foi suficiente para segurar as boas alterações de Cuca.

Nos pênaltis, Jô, Richarlyson, Casco e Cruzado desperdiçaram as cobranças, aumentando a tensão de torcedores e jogadores. Victor defendeu a cobrança de Máxi Rodriguez e garantiu o Atlético na grande decisão!

Na final, o time mineiro encara o tradicional Olímpia do Paraguai, que superou o Independiente Santa Fé, da Colômbia. O primeiro jogo acontece no dia 17 de julho e a partida decisiva no dia 24, no Mineirão.

O jogo

O Atlético começou com sangue nos olhos e o ímpeto foi recompensado logo aos 2 minutos da etapa inicial, mal dando tempo ao time do Newell's de respirar. Ronaldinho recebeu de Tardelli na meia esquerda e deu passe açucarado para Bernard invadir a área e, de canhota, bater com estilo na saída de Guzmán, 1 a 0 Galo!

O time mineiro seguiu melhor, dominando as ações e acuando a equipe argentina que, claramente, sentiu o golpe do gol sofrido tão cedo. Com o placar adverso, o Newell's Old Boys passou a jogar de forma mais dura, com entradas pesadas. Aos poucos, a partida foi ficando mais equilibrada, apesar do maior volume de jogo do Galo, que teve outras boas chances, sobretudo em chutes de fora da área.

Os argentinos chegaram com clareza ao ataque apenas aos 27 minutos. Em contra-ataque rápido, Máxi Rodriguez tabelou com Cruzado, limpou para o meio e obrigou Victor a fazer boa defesa. Mesmo com os adversários mais soltos em campo, o time alvinegro não deixou de pressionar e seguiu melhor. Aos 34, grande chance para os donos da casa. Josué cruzou a bola da esquerda e Bernard dominou na área. O baixinho bom de bola bateu de direita e obrigou Guzmán a operar um verdadeiro milagre.

Apenas 1 minuto depois, lance de susto no Independência. Bernard avançou e lançou Diego Tardelli  a direita. O camisa 9 recebeu e bateu na saída de Guzmán, que Mateo meteu para escanteio. No lance, a chuteira direita do centroavante alvinegro bateu no olho do arqueiro argentino, que ficou 9 minutos recebendo atendimento em campo. Ele  terminou o primeiro tempo com uma bandana na cabeça. Com o jogo recomeçado, o camisa 1 rubronegro ainda conseguiu trabalhar mesmo com a visão comprometida. Josué tabelou e invadiu a área como um ponteiro e bateu de esquerda, para boa defesa do convalido Guzmán.

Segundo tempo

A etapa complementar começou com o Atlético indo para cima, mas com os argentinos mais bem postados em campo. Nos primeiros 15 minutos, o time mineiro tentou criar, mas sem a mesma eficiência, tendo dificuldades de chegar de forma mais clara à meta dos Leprosos. O time de Gerardo Martino voltou marcando melhor, sem dar espaços para R10 pensar e armar o Atlético.

Aos 17 minutos, momento de apreensão para a torcida alvinegra. Falta na entrada da área, mais ou menos da posição de onde Scocco marcou no primeiro jogo. Para o alívio dos atleticanos, o camisa 21 bateu muito mal e mandou a bola longe da meta de Victor. O Atlético passou a tocar a bola, na tentativa de achar os espaços, mas contou com a péssima arbitragem de Roberto Silvera.

O jogo seguiu nervoso, com o Galo tentando pressionar, mas errando muitos passes. Com o confronto chegando ao fim, a obrigação de fazer mais gols pareceu ter pesado sobre os atletas, que, afoitos, passaram a errar jogadas fáceis. A tensão do campo era percebida no semblante dos torcedores, que pouco a pouco foram acabando com as unhas e o que mais estivesse disponível para aliviar o estresse.

Aos 30 minutos, Cuca resolveu jogar tudo pela classificação alvinegra. O treinador tirou o volante Pierre para a entrada do veloz atacante Luan. O time argentino se recuou todo e passou a esperar o Galo no seu campo de defesa. Com 32 minutos, jogo interrompido no Independência. Parte dos refletores apagaram, fazendo com que o árbitro não pudesse seguir com a partida. Para não deixar o time esfriar, a torcida seguiu cantando, tentando manter alto o moral dos jogadores. O jogo só foi reiniciado após 11 minutos. Um problema na subestação do estádio teria sido a causa do apagão parcial.

O Galo voltou com fome de gol e Tardelli apareceu bem pela direita, levantando a torcida após cruzamento para trás. Na busca pela vitória, Cuca mandou Alecsandro e Guilherme para o aquecimento. Descansados, os dois atacantes entraram nas vagas de Tardelli e Bernard. A mudança quase rendeu frutos em apenas poucos minutos. Luan recebeu na esquerda e cruzou para o camisa 17 na entrada da área. O atacante pegou de primeira, de canhota,  e  a bola passou tirando tinta da trave de Guzmán.

Contudo, o momento de heroi de Guilherme ainda estava por vir. Após lateral cobrado para a área, a bola rebateu até que Mateo tirou mal para a entrada da área.  O atacante dominou com calma e bateu com firmeza, no cantinho de Guzmán que nada pôde fazer. A torcida atleticana explodiu de alegria no Independência. O gol fez o time argentino ficar perdido em campo, oferecendo ainda mais espaço ao Galo, e forçando para a disputa de pênaltis.

A torcida alvinegra ainda passou um susto. Gilberto Silva tirou mal e a bola sobrou para Máxi Rodriguez. O meia girou sobre a marcação, fazendo falta. O jogador argentino ignorou a marcação e bateu firme, obrigando Victor a se esticar todo e defender, mesmo com o lance já parado.

E o jogo vai para os pênaltis

Com o apito final do árbitro, o Atlético passou a preparar seus jogadores para a fatídica disputa de pênaltis. Na lembrança? A decisiva defesa do camisa 1 alvinegro na heroica classificação para a semifinal diante dos mexicanos do Tijuana. Os jogadores se uniram em corrente para dar força uns aos outros, principalmente aos batedores que definiriam o destino para a final.

O Atlético começou batendo primeiro e Alecsandro converteu. Scocco, com direito a cavadinha, deixou tudo igual. Herói da classificação, Guilherme foi para a segunda cobrança e bateu com muito estilo, no ângulo, colocando o Galo na frente. Vergini empatou para os argentinos. Jô colocou a pressão sobre Victor ao bater para fora, desperdiçando a terceira cobrança. Casco retribuiu a gentileza e mandou a bola na trave. Para desespero do Galo, Richarlyson foi para a bola e bateu muito longe do gol. Cruzado resolveu imitar e também bateu por cima do travessão. Ronaldinho foi o quinto a cobrar e, com muita categoria, tirou o goleiro Guzmán da foto, botando o Atlético na frente. Na última cobrança, brilhou novamente a estrela de Victor, que defendeu o chute de Máxi Rodriguez e garantiu o Galo na final, 3 a 2.
 

ATLÉTICO 2 (3) X (2) 0 NEWELL’S OLD BOYS

Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Data: 10 de julho de 2013, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Arbitro: Roberto Silvera (URU)
Assistentes: Miguel A. Nievas e Carlos Pastorino (ambos do Uruguai)
Cartões amarelos: (Atlético) Pierre, Bernard (Newell’s Old Boys) Cáceres, Casco, Tonso
Gols:
Atlético: Bernard, aos três minutos do primeiro tempo; Guilherme, aos 50 minutos do segundo tempo
Pênaltis:
Atlético: Alecsandro, Guilherme, Ronaldinho Gaúcho
Newell’s Old Boys: Scocco, Vergini

ATLÉTICO: Victor; Marcos Rocha, Leonardo Silva, Gilberto Silva e Richarlyson; Pierre (Luan), Josué, Tardelli (Alecsandro) e Ronaldinho; Bernard (Guilherme) e Jô
Técnico: Cuca

NEWELL’S OLD BOYS: Guzmán; Cáceres (Orzán), Vergini, Heinze (López) e Casco; Cruzado, Mateo, Bernardi e Figueroa (Tonso); Scocco e Maxi Rodríguez
Técnico: Gerardo Martino

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