ROSÁRIO (Argentina) – Pacata e com pouco movimento, a Rua Estado de Israel, que corta o bairro Sudoeste, na periferia de Rosário, a 300 quilômetros de Buenos Aires, não tem qualquer atrativo. Poucos carros passam pelo local diariamente, as casas são simples, e os próprios moradores alertam para a violência na região, mesmo durante o dia.
Apesar de o endereço estar longe de ter o charme das construções em estilo europeu que dominam as grandes cidades argentinas, o ponto é um dos mais famosos do município, localizado às margens do majestoso Rio Paraná.
“Aqui nesta casa nasceu Messi”, aponta o orgulhoso jovem Jesús Vivas, 20 anos, torcedor do Boca Juniors, de Riquelme. “Meus pais o viram crescer. Para a gente, ele é alguém normal, mas as pessoas sempre passam por aqui e perguntam se realmente foi aqui que o Messi nasceu e morou até os 13 anos. É um orgulho para nós”, completa.
Mesmo distante cerca de dez quilômetros do centro de Rosário é fácil chegar à primeira moradia do melhor jogador do mundo. E não é preciso nem mesmo ter o endereço em mãos. Basta perguntar a qualquer morador em algum ponto da cidade para que logo alguém indique a direção.
Infância
No sobrado de número cinco da Rua Estado de Israel, Messi nasceu e viveu até os 13 anos, quando se mudou para a Espanha para tentar prosseguir o sonho de ser jogador de futebol.
A casa ainda pertence ao atleta, mas está sem morador e mal cuidada. Passa a maior parte do tempo com portas e janelas fechadas. Às vezes, algum amigo da família ou o irmão, Matias Messi, visita a residência para algum reparo ou limpeza.
“O próprio Lionel sempre que está em Rosário não deixa de passar aqui. Ele foi criado neste lugar e tem muito carinho por todos aqui. Se tornou um dos melhores jogadores do mundo, mas permanece o mesmo menino humilde de sempre”, relembra a dona de casa Lídia Acosta, 62 anos, que tem uma filha casada com o irmão do craque do Barcelona.
Na sala de sua casa, praticamente colada à dos Messi, Dona Lídia guarda muitas recordações do vizinho famoso. Lio, como é carinhosamente chamado pelos mais próximos, é praticamente um membro da família. Está em momentos e idades diferentes em praticamente todos os porta-retratos que a dona de casa decora o ambiente. “Ele não saía aqui de casa. Adorava a minha comida. Meus filhos e ele iam juntos para a escola”, conta, enquanto mostra um fotografia ao lado do camisa 10 tirada no quintal de sua casa.
O último encontro aconteceu há pouco mais de 15 dias, quando Messi, de férias, curtiu alguns parte da folga ao lado dos velhos amigos de sua terra natal. Além de matar a saudade, a visita teve um motivo especial. “Veio nos apresentar seu filho de oito meses”, gaba-se a amiga antiga.
*Enviado especial