O Cruzeiro proibiu, o Atlético não aceitou e acionou a FMF. A entidade, por sua vez, consultou a CBF, acolheu o Estatuto do Torcedor e derrubou o veto celeste. O Galo comemorou e a Raposa contra-atacou.
O embate entre os rivais de Belo Horizonte começou muito antes deste sábado. Exatamente na terça-feira, foi dada a largada, com o Galo pedindo o afastamento do árbitro Ricardo Marques Ribeiro, por entender que ele errou no jogo de segunda-feira, entre Uberlândia e Cruzeiro.
Na reunião do clássico, na terça-feira, a Raposa decretou a “lei de reciprocidade”. Na ata, informou que, como mandante e responsável pela organização da partida, vetaria a entrada de instrumentos musicais e bandeiras por parte da torcida do Atlético. Os alvinegros, que ocuparão apenas 10% do Mineirão, não aceitaram o argumento de que, nos clássicos do Independência, a torcida azul não pode utilizar os mesmos equipamentos.
Alegando que o Horto tem restrições de segurança que não permitem os artefatos mencionados na parte superior do estádio (seja de torcida visitante ou mandante), o Galo conseguiu a liberação por meio de ofício da FMF.
“A Federação Mineira de Futebol permite o acesso de bandeiras e/ou instrumentos musicais, portados pelas torcidas dos times mandante e visitante, em todos os estádios do Estado de Minas Gerais, salvo se comprovada falta de segurança (...) Não sendo conferida à agremiação mandante a prerrogativa de veto”, disse a resolução do ofício 008/2017.
A entidade se respaldou no Artigo 13 do Estatuto do Torcedor, lei federal de 2003. Foi nesta regra que o Atlético se debruçou ao pedir a queda do veto.
“Considerando que o inciso X do art. 13-A da Lei nº 10.671/03 (Estatuto do Torcedor) permite ao torcedor a utilização de bandeiras, inclusive com mastro de bambu ou similares, desde que para manifestação festiva e amigável".
'PARCIALIDADE'
Mas a questão não ficou por isso mesmo. O Cruzeiro, até o momento, terá de aceitar a entrada de bandeiras e outros artefatos de mesma natureza festiva na torcida visitante.
Se sentindo injustiçado pela medida, o clube do Barro Preto soltou, ontem, uma nota oficial atacando a “parcialidade da FMF”.
Inclusive citando nominalmente o comportamento do presidente Castellar Guimarães Neto, por não atender aos telefonemas da direção celeste e também por presidir uma instituição que, na visão cruzeirense, “mais uma vez, se comportar de forma tão parcial, já que a mesma nunca defendeu igualmente os interesses do Cruzeiro Esporte Clube e da nossa torcida quando os clássicos são disputados no Independência”.