Dez dias depois de ser convocado para substituir o machucado Tiago Camilo, Eduardo Santos não ficou nem cinco minutos no tatame do Ginásio do Maracanãzinho, nesta sexta-feira, no Rio. Eliminado por imobilização a 4min54 de luta contra o sueco Joakim Dvarby, o brasileiro culpou a preparação física pela estreia com derrota no Mundial de Judô.
"Foi definido pela comissão técnica que eu usaria a tática de matar a manga do adversário e isso estava dando certo. Mas eu cansei. E ele se aproveitou e conseguiu encaixar o contragolpe", explicou Eduardo, ou Duzão, como é conhecido dentro da seleção de judô.
O brasileiro, que é apenas o 38º do ranking mundial (pior ranqueado entre os atletas do País que disputam o Mundial), acha que a convocação feita em cima da hora, porque o titular Tiago Camilo sofreu uma luxação no ombro, o atrapalhou. "Se fosse titular, eu teria me preparado melhor. Não tive a sequência ideal", disse.
Toda a seleção brasileira masculina, incluindo alguns atletas que sequer foram convocados, fez preparação especial no Japão e esteve do Grand Slam de Moscou, última competição antes do Mundial. Como não participaria da competição no Rio, Eduardo só disputou torneios menores este ano. De qualquer forma, conquistou três títulos e uma medalha de bronze.
A participação no Mundial, entretanto, foi uma volta por cima na carreira de Eduardo, sétimo colocado nos Jogos de Pequim/2008. "Cinco anos atrás eu já estava sentindo o gosto da medalha. Quando perdi, desabei. Foi a maior queda da minha vida, me desestruturou", lembra ele.
Em 2009, Eduardo sofreu uma lesão na coluna e ficou fora da seleção brasileira durante todo o ciclo olímpico. Só recuperou a vaga de reserva de Tiago Camilo na seletiva do fim do ano passado. "Comecei o ano com zero pontos. Nem no ranking eu aparecia. Agora é continuar somando pontos para buscar meu espaço", projetou o judoca de 30 anos, que concorre com Tiago Camilo por uma vaga nos Jogos do Rio/2016.
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