Bento aposta em jovens, mas nervosismo e falta de qualidade levam Cruzeiro à derrota

Coragem, confiança e ousadia, características que, juntas, formaram a tríade a qual o técnico Paulo Bento tomou como aposta, na noite desta quarta-feira (15), diante do Flamengo, em jogo da oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Entretanto, nem só de audácia se faz futebol, é preciso qualidade. Como a Raposa não mostrou esse importante atributo, perdeu para o Flamengo por 1 a 0, gol do ex-atleticano Réver, e segue sem vencer no Mineirão nesta edição do torneio nacional.

Sem brilho no jogo, o Cruzeiro sofreu, principalmente, pelas importantes ausências que teve. Seis foram os desfalques que deixaram a equipe desfigurada. E a alternativa encontrada por Paulo Bento foi confiar em jovens das categorias de base. O zagueiro Fabrício Bruno e o meia Alex foram as apostas corajosas de Bento. O defensor, apesar do gol flamenguista, mostrou personalidade e não se intimidou com a experiente linha ofensiva carioca. Já o meio-campista, a quem o torcedor cruzeirense sempre teve a curiosidade em ver na equipe titular, deixou a desejar.

Precisando improvisar nas laterais, já que os titulares Bryan e Lucas estavam suspensos, o comandante português também confiou em dois garotos. Allano pela esquerda e Bruno Ramires na direita tiveram muita dificuldade e, justamente pelos lados, o Flamengo conseguiu aparecer.

Se a torcida cruzeirense imaginou que veria um time aguerrido pela vitória diante do arquirrival na rodada anterior, decepcionou-se. O primeiro tempo foi praticamente todo de domínio flamenguista. Até o gol de Réver, aos 42 minutos da etapa inicial, O Cruzeiro havia chutado apenas uma vez no gol de Alex Muralha. Enquanto isso, Everton e Felipe Vizeu já haviam experimentado de forma perigosa à meta de Fábio.

“Fico feliz pelo gol. Temos que manter a tranquilidade e atenção, porque o Cruzeiro é muito forte aqui nos seus domínios”, disse o ex-capitão do Atlético, autor do gol rubro-negro, na saída para o intervalo.

Mesmo com alguns elogios de Réver, o Cruzeiro não conseguiu mostrar o perigo que o rival citara. Com algumas mexidas no segundo tempo, Paulo Bento até conseguiu dar um gás novo e ânimo ao Cruzeiro. Entretanto, tudo foi insuficiente. A inoperância ofensiva e os erros de passes deixavam o torcedor impaciente. E essa impaciência se tornava ansiedade e nervosismo dentro das quatro linhas. Melhor para o Flamengo, que soube explorar o contra-ataque, assustar a Raposa e se defender de forma mais efetiva.

Melhor durante todo o jogo, os jogadores do Flamengo saíram de campo aplaudidos pelos flamenguistas presentes ao Gigante da Pampulha. E os cruzeirenses ainda foram obrigados a ouvir dos adeptos rubro-negros que “O Mineirão é nosso”. E foi mesmo, fato reconhecido até pelo volante da Raposa, Henrique, ao fim do jogo.

“Nós não criamos oportunidades, faltou mais decisão e mais criatividade. Temos que voltar a vencer em casa, tornar o Mineirão uma força para nós. Não sei o que está acontecendo para não vencermos aqui”, avaliou.

FICHA TÉCNICA

CRUZEIRO

Fábio; Bruno Ramires, Bruno Rodrigo, Fabrício Bruno e Allano; Henrique e Ariel Cabral (Mayke); Alisson, Alex (Willian) e Arrascaeta; Riascos (Rafael Silva).
Técnico: Paulo Bento

FLAMENGO

Alex Muralha; Rodinei, Rever, Rafael Vaz e Jorge; Márcio Araújo e Willian Arão; Marcelo Cirino, Alan Patrick (Cuéllar) e Everton (Fernandinho); Felipe Vizeu (Pará).
Técnico: Zé Ricardo

GOL: Rever, aos 42 minutos do primeiro tempo

ARBITRAGEM: Raphael Claus, auxiliado por Emerson Augusto de Carvalho e Rogerio Pablos Zanardo, todos de São Paulo

PÚBLICO: 17.593 pagantes

RENDA: R$ 472.502,00