Bernard acabou protagonizando uma noite cheia de emoções para ele e para a torcida do Atlético na derrota por 2 a 1 para o Atlético-PR, sofrida nesta quarta-feira, no Estádio Independência, em Belo Horizonte. Justamente no confronto em que completou 100 jogos com a camisa da equipe mineira, o meia-atacante abriu o placar para o seu time, mas foi expulso por tirar a camisa na comemoração quando já tinha cartão amarelo e ainda viu seu time tomar a surpreendente virada no fim do jogo. Para completar, fez um desabafo por se sentir pressionado a tomar uma decisão sobre o seu futuro.
O Atlético já aceitou uma proposta de 25 milhões de euros feita pelo Shakhtar Donetsk por Bernard, mas o jogador ainda não sabe se a melhor escolha para a sua carreira neste momento seria atuar pelo clube ucraniano. Ele parece mais propenso a aceitar uma oferta do Porto, de Portugal, onde teria uma adaptação considerada mais fácil ao país.
Já antes de a bola rolar no duelo desta quarta, Bernard já exibia lágrimas nos olhos por saber que a partida pode ter sido a sua última pelo Atlético. E o técnico Cuca confirmou, após o confronto com o Atlético-PR, que o jogador irá viajar nos próximos dias para Ucrânia, a convite do Shakhtar, que espera seduzir o atleta ao mostrar a sua grande estrutura e a cidade de Donetsk, além dos grandes valores que está disposto a pagar para tirá-lo de Belo Horizonte.
"Já deixei claro que eu quero ficar, mas, como eu disse antes, a pressão anda muito grande de todos os lados. Tenho que dormir com esse peso. É muita pressão, especulação", desabafou Bernard, para depois enfatizar que não consegue parar de pensar na sua atual situação e colocou o futuro nas mãos de Deus, "que está no controle de todas as coisas e sabe de tudo".
Cuca, entretanto, deixou claro que já conta com a confirmação da saída do jogador do Atlético a qualquer momento. "Ele vai viajar, vai fazer as coisas dele, praticamente o Bernard, não sou eu quem tenho de falar isso, ele cumpriu com a parte dele, mas é muito difícil, quase impossível que ele fique aqui", reconheceu o comandante.
E Cuca já começou a dar uma espécie de adeus a Bernard na mesma noite em que viu o Atlético perder uma incrível invencibilidade de 38 jogos no Independência e de 54 partidas ao total (um recorde nacional) como mandante. Ao falar sobre o assunto, o treinador minimizou o peso do fim desta série invicta, lembrando que o time já flertou com o risco de perder essa invencibilidade em partidas mais importantes recentemente.
"A gente tem que ter estrutura para saber perder, pois um dia iríamos perder, e temos que agradecer a Deus que perdemos um jogo em que podíamos perder. Pior se tivéssemos perdido para o Tijuana, ou para o Newell's ou para qualquer outro, pois aí não teríamos tido a conquista (da Copa Libertadores)", analisou.
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