(EUGENIO MORAES)
Há pouco mais de um ano, a família do administrador de empresas colombiano Augusto Torres, de 52 anos, decidiu apertar o cinto e economizar todo o dinheiro possível. O objetivo era realizar um sonho: participar de uma Copa do Mundo. A viagem ao Brasil é a primeira internacional da família. Augusto está acompanhado da esposa, a comerciante Esperanza Gonzales, de 38 anos, e dos filhos Daniel, de 13, e David, de 11. O grupo ficou em Belo Horizonte por seis dias e se despediu na última terça-feira com o sentimento de que estavam em casa. “Não viemos aqui só para ver os jogos. É uma experiência única e multicultural para todos. Quando poderemos viajar para um país e conviver com pessoas de outras 30 nações ao mesmo tempo? É um sonho”, disse Augusto. No último dia em BH, a família passou mais uma vez pelo Mineirão e conheceu alguns cartões-postais na Pampulha, como a igreja São Francisco, projetada por Oscar Niemeyer. No entanto, o que mais chamou a atenção deles foi a feira de artesanato da avenida Afonso Pena. “Nos alertaram sobre a insegurança, mas vimos o contrário. É muito tranquilo. Estamos deslocando pela cidade de ônibus”, disse Esperanza. Para a família de Augusto, BH não é muito diferente da cidade onde vivem. “É mais limpa e as pessoas são atenciosas e dispostas a ajudar. Outra coisa que amamos foi a comida. Feijão-tropeiro, além de caipirinha e uma fruta chamada caqui, que não existe em nosso país. A única reclamação é quanto ao preço das coisas”, afirmou Augusto. “Invasão” árabe “O futebol representa para os argelinos como para os brasileiros. Está em nosso sangue”, disse o farmacêutico Chemlal Badrsoldine, de 50 anos. Ele veio a Belo Horizonte acompanhado de 50 amigos e esta também é a primeira Copa do Mundo que acompanha fora do seu país. Com apenas dois dias na cidade, a impressão era de que havia festa em todos os lugares. “Sempre assistimos os mundiais pela TV e decidimos vir ao Brasil há seis meses. Achávamos que era um lugar violento e as pessoas agressivas, mas é justamente o contrário. É fantástico estar aqui”, disse Chemlal.