(Mabromata/AFP)
Bicampeões mundiais e correndo riscos de não irem à Copa da Rússia em 2018. É diante dessa paradoxal perspectiva que Uruguai e Argentina duelam nesta quinta-feira às 20 horas (de Brasília), no estádio Centenário, em Montevidéu, pela 15.ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas.
A Argentina ocupa apenas a quinta posição com 22 pontos, um a menos do que o terceiro Uruguai e dois na frente do Equador, sexto colocado que encara o Brasil. Os quatro primeiros garantem vaga diretamente no Mundial. E os argentinos, hoje, disputariam uma repescagem contra o representante da Oceania (Nova Zelândia ou Ilhas Salomão).
Assim, para evitar o risco vexatório de não se classificar para a Copa do Mundo, a Argentina precisa vencer nesta quinta-feira. E terá, para tanto, o seu primeiro jogo na competição sob o comando do técnico Jorge Sampaoli.
Contratado como substituto de Edgardo Bauza, o badalado Jorge Sampaoli fez a sua estreia no amistoso contra o Brasil, quando derrubou a invencibilidade de nove jogos do colega Tite. E, mesmo jogando no Uruguai, promete uma equipe ofensiva, possivelmente no 3-4-3, com Messi, Icardi e Dybala formando o poderoso trio ofensivo - Ángel di María ainda deve atuar na linha de meio de campo.
"O time não está confirmado, mas temos alternativas diferentes para disputar um jogo tão importante quanto este", enfatizou Jorge Sampaoli, que tem como principal dúvida a escalação de Mascherano ou Federico Fazio para formar o trio defensivo. Gabriel Mercado e Nicolás Otamendi seriam os outros zagueiros.
Ao Uruguai, que ficaria bem próximo da classificação com um triunfo, a grande dúvida é uma só: se o atacante Luis Suárez terá condições de jogo. Após surpreender na recuperação de uma lesão e ser reintegrado a uma convocação da qual havia sido cortado, o jogador do Barcelona alimentou a esperança do torcedor de vê-lo em campo.
Luis Suárez sofreu uma distensão no joelho direito em confronto do Barcelona diante do Real Madrid, pela Supercopa da Espanha, há 15 dias. Ele deveria ficar afastado do futebol por quatro semanas, mas a sua recuperação foi mais rápida do que o esperado. "Eu jamais descartaria o Suárez", destacou o médico da seleção uruguaia, Alberto Pan.
Outra seleção que pode se aproximar da classificação à Copa do Mundo nesta quinta-feira é a Colômbia. Na segunda colocação com 24 pontos, a equipe encara a eliminada e lanterna Venezuela em San Cristóbal, às 18 horas (de Brasília). Mas, mesmo diante de um rival com apenas seis pontos, a ordem é respeitar o adversário e esquecer a crise social que abala o país vizinho.
"Nós estamos concentrados apenas na equipe da Venezuela", ponderou o técnico argentino José Pekerman, evitando falar sobre os problemas políticos na Venezuela. "Eles vêm de um processo importante e é um rival que sempre exige muito cuidado".
Em outro duelo que promete ser decisivo nesta quinta-feira, o Chile recebe o Paraguai em Santiago, às 19h30 (de Brasília). A seleção da casa está em quarto com 23 pontos e, além de se aproximar da classificação, pode deixar o adversário praticamente eliminado - é apenas o oitavo com 18.
Ainda assim, a expectativa é de um duelo complicado. "Creio que o jogo será dificílimo. Não há qualquer ponto de vista que permita um excesso de confiança ou algo que se pareça", alertou o técnico do Chile, o argentino Juan Antonio Pizzi. "São aguerridos, brigadores, não dão nenhuma bola por perdida e logicamente me preocupam".
Complementando a rodada, a seleção do Peru encara a eliminada Bolívia, em Lima, às 23h15 (de Brasília), para se manter com chances de classificação. A equipe do centroavante Paolo Guerrero soma 18 pontos, está em sétimo e precisa vencer para se aproximar dos cinco primeiros colocados.
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