Boca até a morte: a lavadeira que tem os restos mortais depositados em sua casa, a Bombonera

Guilherme Guimaraes e Alexandre Simões
Hoje em Dia - Belo Horizonte
18/09/2018 às 17:05.
Atualizado em 10/11/2021 às 02:31
 (Alexandre Simões)

(Alexandre Simões)

Uma vida dedicada ao Boca Juniors, e como prêmio por toda devoção e serviços prestados ao clube, o direito de ter seus restos mortais depositados em um local especial em La Bombonera. Julia Fieres, a lavadeira que por mais de meio século foi a responsável por cuidar dos uniformes do time principal Xeneize, e que inclusive lavou uniformes de Diego Armando Maradona, morreu há três meses, mas deixou um enorme legado e história de amor à equipe azul e amarela.

No primeiro piso da Bombonera, uma pequena porta protegida por uma cerca metálica azul revela ao fundo um altar. Lá, naquele cömodo que ganhou o nome da própria Julia Fieres, junto de algumas imagens de símbolos religiosos, como Sao Jorge, o “Santo Guerreiro”, as cinzas da lavadeira que fazia do estádio, literalmente, a sua casa.

“Aqui era a casa de Julia Fieres, uma senhora que dedicou 50 anos de sua vida ao Boca. Há três meses ela morreu, mas tudo dela continua aqui nesse lugar onde se lavou por muito tempo os uniformes do time principal”, disse uma funcionária, revelando a história da torcedora símbolo ao Hoje em Dia.

Antes de morrer, Fieres revelou em entrevista ao jornal argentino Clarín, que mesmo morando dentro da Bombonera não" em dias de jogos.

Vivendo dias de glórias com títulos de imensa importância, com a comemoração de conquistas tais como as da Copa Libertadores e Mundiais Interclubes, além das inúmeras taças nacionais, Julia Fieres também passou por situações complicadas.

Nos anos 80, com muitas dívidas, oficiais de Justiça embargaram vários setores do clube. Menos a lavanderia, onde a senhora trabalhava e morava. Os jogadores naquela época, portanto, ainda de acordo com depoimento de Fieres ao Clarín, atuaram com uniformes pintados pela lavadeira, que também chegou a trabalhar com problemas no joelho e de muletas. "O Boca é sagrado", ela dizia, sem saber que ela é que s etornaria uma espécie de Santa Xeneize.Alexandre Simões 

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