Bolívia e Venezuela se enfrentam em BH, e jogam holofote na relação política e futebol

Guilherme Piu
21/06/2019 às 19:11.
Atualizado em 05/09/2021 às 19:13
 (Divulgação/Mineirão)

(Divulgação/Mineirão)

Os amantes do futebol e das histórias que ele proporciona costumam dizer que essa modalidade vai muito além do universo esportivo. E esse 'clichê contemporâneo da bola' ganhará mais um capítulo quando Bolívia e Venezuela entrarem em campo na tarde deste sábado, às 16h, no Mineirão, pela última rodada do Grupo A da Copa América. 

O contexto social, político e econômico de ambos os países mostra uma realidade completamente diferente da situação dos jogadores, que vivem em um mundo de luxo e conforto. O que muita das vezes falta para a maioria da população das duas nações.

Tanto que após os tropeços da Bolívia diante do Brasil e do Peru, o presidente da Federação Boliviana de Futebol, César Salinas, disse que os jogadores pensam mais em dinheiro do que na própria seleção. 

"A gente não tem um campo de nível internacional como outras seleções têm. Estamos aqui na Seleção dando a cara para críticas. Há comentários maldosos dos jogadores, mas a gente veste a camisa para melhorar o futebol da Bolívia. Claro que é um processo e não é para hoje", reclamou Marcelo Moreno, atacante ex-Cruzeiro e uma das atrações da El Verde no Mineirão.

Do ponto de vista social e econômico, a Bolívia tem uma das piores posições no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). O país está em 118 lugar dentre 189 nações, e na América do Sul apresenta o pior índice, de acordo com números divulgados no ano passado.

Venezuela

Apagões elétricos, pobreza, falta de alimentos. O quadro da Venezuela, que mesmo com o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) mais alto do que o brasileiro, incomoda o restante do mundo. Claro que pela situação precária da população, reflexo das metodologias políticas adotadas pelo goverdo do presidente Nicolás Maduro, no poder há anos.

Apesar de toda a discrepância social e das críticas sobre mordaça para que não haja manifestação ou entrevitas sobre a política do país por parte dos atletas e comissão técnica da Venezuela, o atacante venezuelano Fernando Aristeguieta falou do tema. Mas ele fugiu de uma reposta politizada e preferiu o discurso 'separatista' entre futebol e política.

"Primeiro penso que o esporte une as pessoas, política separa. O esporte e a política não devem se juntar. Temos situações em que nos, atletas, somos cidadpes. Temos direito de participar dos debates, é nosso direito, mas não acho bom fazer. Acho que podemos dar alegria ao povo, que perdeu a possibilidade de ter felicidades cotidianas. Podemos dar um pouco mais de alegria por mais uns dias", comentou.

O Brasil é um dos países que recebem mais refugiados pela situação caótica da Venezuela. E no jogo de sábado o Mineirão convidou venezuelanos que tentam uma vida melhor por aqui para assistir ao embate contra a Bolívia. 

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