Há semanas na ofensiva, o Bom Senso FC pela primeira vez se pronunciou de forma defensiva neste sábado. Depois de uma série de "notas oficiais", desta vez o grupo de jogadores usou a página deles no Facebook para emitir uma "nota de esclarecimento" explicando por que reagiu contra a diretoria do Náutico pelo atraso de salários e não faz o mesmo com outros clubes que também estão em débito com atletas.
"O Bom Senso esclarece que só emitiu a nota oficial, demonstrando apoio e solidariedade aos atletas profissionais do Náutico, após a coletiva de imprensa dos jogadores e após as desastrosas declarações do presidente Paulo Wanderley, onde ele desqualificava, desrespeitava e ameaçava os atletas do próprio elenco", diz o texto do grupo.
O comunicado continua: "Sabemos que outros clubes de futebol no Brasil estão com salários e direitos de imagem atrasados, mas não é função do Bom Senso fiscalizá-los ou cobrá-los por isso. O movimento não faz distinção entre clubes, regiões ou dirigentes", garante o Bom Senso.
A nota é uma resposta às críticas ao Bom Senso, que se fortaleceram principalmente em Pernambuco. A reclamação era de que o grupo agiu contra o Náutico, mas ignora que clubes do Sudeste do País atrasa pagamentos - Vasco e Botafogo são dois exemplos constantes. Mas o grupo garante que só agiu em apoio à queixa pública de jogadores do Náutico, algo que vascaínos e botafoguenses nunca fizeram.
REIVINDICAÇÕES - No texto deste sábado, o Bom Senso volta a cobrar o fair play financeiro, indicando que entende e aceita a redução de salário. "Há de se cortar na carne para resgatar o prestígio e a beleza do nosso futebol. Na carne do atleta, do clube, das federações e da confederação. Da maneira como está, não está bom para ninguém, muito menos para você, torcedor brasileiro", aponta o grupo.
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