Bombeiro se prepara para pedalar de Ribeirão das Neves à Bolívia

Elemara Duarte - do Hoje em Dia
01/02/2013 às 20:00.
Atualizado em 21/11/2021 às 21:39
 (Maurício de Souza)

(Maurício de Souza)

RIBEIRÃO DAS NEVES - Neste sábado (2), o geógrafo e sargento do Corpo de Bombeiros Elber Mourão, 37 anos, vai sair de Ribeirão das Neves, na Grande BH, com destino a cidade de Cochabamba, na Bolívia. Detalhe: o trajeto de 4 mil quilômetros, ele vai percorrer de bicicleta, sem equipe de apoio, durante 26 dias. "Vou com Deus, a bicicleta e o Facebook", anuncia Elber. Essa é a segunda viagem internacional que Elber faz com a magrela. Em 2010, ele foi para a Argentina, aventura que teve largada da Praça da Liberdade, em BH. O trajeto com pouco mais de 3 mil quilômetros, ele completou em 20 dias de viagem. A volta foi de avião, assim como será o retorno de Cochabamba. A largada será da academia Corpo & Arte, no Bairro Florença, em Ribeirão das Neves, às 10 horas.   O ciclista deve pernoitar em 20 cidades. Elber diz que a prefeitura de Ribeirão das Neves, que apoia a viagem, entra em contato com esses municípios afim de conseguir alimentação e uma estadia para ele. Quanto à segurança, o viajante sobre duas rodas diz que conta com a "simpatia" dos moradores de cada cidade por onde passa. Nas viagens que fez, garante, nunca teve problemas.   Na bagagem, ele levará o mínimo, que vai totalizar no máximo 12 quilos. Poucas roupas, algumas peças de reposição para a bicicleta, computador, câmera fotográfica, GPS, protetor solar, produtos de higiene pessoal e gel de carboidrato "para dar energia". Em média, Elber pedala 200 quilômetros por dia. Para o treinamento, faz musculação, e claro, muitos exercícios em bicicleta ergométrica.   A escolha da Bolívia foi por causa da "bela plástica" da Cordilheira dos Andes. "Pensei em pedalar pela Europa, mas a logística até lá seria mais complicada". Peru e Chile, foram as demais opções, posteriormente descartadas por estarem muito próximas da grande cadeia de montanhas. A Bolívia, com a cidade universitária e culturalmente rica de Cochabamba, foi a solução.   Mais bikes, menos carros   Quando terminou a faculdade de Geografia, Elber entendeu que vários problemas sócio-ambientais seriam amenizados se as pessoas andassem mais de bicicleta ou a pé. O ciclista amador lamenta que alguns cidadãos só para ir à padaria, a duas quadras de casa, precisam tirar o carro da garagem.    "Não é que as pessoas tenham que abandonar o carro, pois os veículos são um importante avanço, mas também, não precisamos ser tão dependentes dos automóveis. Quero chamar a atenção para essa reflexão", avisa.   Elber Mourão sempre faz viagens de percusos um pouco menores. Entre elas, está as cidades de Montes Claros, Lavras, Alto Caparaó (divisa de Minas Gerais com o Espírito Santo, próximo do Pico da Bandeira), Pará de Minas - onde, no trajeto para a Bolívia, o ciclista fará a primeira parada.    Em 2006, o ciclista foi para o Rio de Janeiro, distância de aproximadamente 500 quilômetros, que ele gastou dois dias para concluir. Essas aventuras, Elber sempre faz nas férias.   Saiba mais   O ciclista de Ribeirão das Neves está de olho nos preparativos para encarar a altitude boliviana. Em Santa Cruz de la Sierra é onde começa o desafio. A partir da cidade, a 416 metros acima do nível do mar, Elber começa a encarar a parte mais difícil da subida que elevará a marca para 3.900 metros. Em seguida, a altitude diminui para 2.500 metros, até a chegada a Cochabamba. Para entender esse impacto, vale comparar que a altitude de Belo Horizonte é de pouco mais de 800 metros acima do nível do mar. Nesse trajeto, por causa do desgaste físico, Elber planeja diminuir a velocidade das pedaladas para no máximo 70 quilômetros por dia, com pernoites de dois dias em cada cidade. Assim, o organismo se adaptará com a produção de mais hemoglobina (proteína no sangue que transporta o oxigênio até os pulmões). O também chamado "Mal da Montanhas" é uma reação do corpo ao oxigênio rarefeito e pode gerar dores de cabeça, náuseas, vômitos, insônia e levar a pessoa à morte.

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