O clássico deste domingo entre Botafogo e Fluminense, no Engenhão, demonstrou mais uma vez a diferença que um jogador fora de série faz em uma partida. No caso do empate por 1 a 1, pela terceira rodada do Campeonato Carioca, foram dois desses homens que são capazes de transformar um confronto quase que sozinho. Em duelo equilibrado, de muita disputa, muita luta, mas pouca técnica, o atacante Wellington Nem desequilibrou no primeiro tempo, enquanto que o meia Seedorf decidiu o segundo.
Assim, foi adequada a igualdade que levou o Fluminense aos sete pontos, na liderança do Grupo B, mas com a mesma pontuação de Flamengo e Audax; e o Botafogo aos cinco, na terceira posição da chave A, fora da zona de classificação para as semifinais da Taça Guanabara - o primeiro turno do Estadual. O Vasco lidera o grupo com nove pontos, seguido pelo Friburguense, com seis.
Nesta quarta-feira, tricolores e alvinegros voltam a campo para enfrentar Friburguense e Audax, respectivamente, pela quarta rodada do primeiro turno do Estadual.
O rápido e insinuante Wellington Nem continua a confirmar a previsão de seu técnico, Abel Braga, que vaticinou que 2013 seria o ano do garoto. No nivelado primeiro tempo, ele foi o ponto de desequilíbrio, capaz de desarticular um sistema tático. Enquanto os alvinegros dependiam do jogo coletivo, da movimentação para criar suas situações de gol.
As arrancadas de Wellington Nem foram a melhor arma ofensiva de sua equipe. Uma delas deu resultado. Aos 43 minutos, puxou o contra-ataque do meio de campo e serviu Bruno. O lateral-direito devolveu ao ligeiro atacante de primeira. O atacante não desperdiçou e abriu o placar com um chute seco, rasteiro, no contrapé de Jefferson. "O trabalho que estamos fazendo (de preparação) está dando resultado", comemorou. "Tivemos maior volume de jogo, mas não concluímos (a gol)", lamentou Andrezinho.
Os botafoguenses, porém, podem reclamar de duas decisões da arbitragem que lhe foram desfavoráveis. No início da partida, Lodeiro recebeu em ótima condição de marcar, mas foi assinalado impedimento erradamente.
Mais tarde, Bruno Medes foi derrubado por Leandro Euzébio na área. Lance ignorado por Péricles Bassols.
A segunda etapa acusou o desgaste habitual do início de temporada. Wellington Nem caiu de rendimento, o que "matou" a estratégia tricolor de explorar os contra-ataques em alta velocidade. Com isso, os botafoguenses impuseram pressão, mas faltava o toque de habilidade capaz de furar a retranca rival.
Seedorf entrou aos sete, na sua primeira aparição na temporada, demorou alguns minutos para entrar no ritmo da partida, mas quando o fez foi decisivo. Aos 28, o holandês pensou mais rápido que a defesa tricolor, tabelou com Bruno Mendes e deu um toque precioso para Bolívar marcar de cabeça. Antes, Valencia, Wellington Nem e Jean pararam em ótimas defesas do goleiro Jefferson. Nos minutos finais, os ânimos se exaltaram e os rivais pareceram se satisfazer com o resultado.
FICHA TÉCNICA:
BOTAFOGO 1 x 1 FLUMINENSE
BOTAFOGO - Jefferson; Gilberto, Antonio Carlos, Bolívar e Márcio Azevedo (Júlio César); Marcelo Mattos, Jadson (Seedorf), Fellype Gabriel, Andrezinho (Vitinho) e Lodeiro; Bruno Mendes. Técnico: Oswaldo de Oliveira.
FLUMINENSE - Diego Cavalieri; Bruno, Leandro Euzébio, Digão e Carlinhos; Valencia, Diguinho (Wagner), Jean e Thiago Neves (Rhayner); Wellington Nem e Rafael Sóbis (Samuel). Técnico: Abel Braga.
GOLS - Wellington Nem, aos 43 minutos do primeiro tempo; Bolívar, aos 28 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS - Bolívar e Seedorf (Botafogo). Diguinho, Valencia e Wellington Nem (Fluminense).
ÁRBITRO - Péricles Bassols Pegado Cortez (Fifa).
RENDA - R$ 272.000,00.
PÚBLICO - 10.474 pagantes.
LOCAL - Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), no Rio de Janeiro (RJ).
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