(Vanderlei Almeida)
Dificilmente há outro confronto na história da Seleção Brasileira em que o equilíbrio emocional do time tenha sido tão observado como será o desta sexta-feira (04), contra a Colômbia, às 17h, no Castelão, em Fortaleza. Apenas cinco dias depois de jogadores importantes do grupo, como o capitão Thiago Silva e o atacante Neymar, chorarem no gramado do Mineirão, antes e depois da disputa de pênaltis contra o Chile, pelas oitavas de final, o time de Luiz Felipe Scolari estará novamente em campo. Os dias entre as duas partidas foram de tensão na Granja Comary. Felipão recorreu à psicóloga Regina Brandão, que já tinha trabalhado com ele em outras oportunidades. Thiago Silva falou sobre o episódio. E acha que sua reação foi normal: “Sou um cara muito emotivo, me emociono, é a coisa mais natural do ser humano. Isso não me atrapalha dentro de campo. Passei por momentos difíceis. Venci a tuberculose, corri risco de vida, e posso falar que sou um cara campeão. Não só dentro, como fora de campo”. Segundo o capitão, sua reação em Belo Horizonte não foi questionada pelo treinador. “Em nenhum momento Felipão contestou minha atitude. Não tenho que ligar para o que as pessoas pensam, porque ninguém me conhece, está comigo no dia a dia para saber como sou. O próprio (José Maria) Marin (presidente da CBF) almoçou com a gente e me falou que estava tranquilo”, revelou o zagueiro. Além do choro dos jogadores, que provocou a convocação da psicóloga, colocou mais lenha na fogueira da Granja Comary uma conversa reservada de Scolari com seis jornalistas que fazem a cobertura da Seleção, em Teresópolis, onde ele expôs não só a fragilidade emocional do seu grupo, mas chegou a declarar que se arrependeu da convocação de um dos 23 integrantes da “Família Scolari”. OTIMISMO Talvez na tentativa de melhorar o astral do time, Felipão foi otimista na coletiva de nessa quinta-feira (03), no Castelão.Questionado se o Brasil seguia com uma mão na taça, como declarou o coordenador-técnico Carlos Alberto Parreira quando começaram os trabalhos em Teresópolis, no final de maio, ele foi direto. “Continua (com a mão na taça). Os jogadores continuam com o mesmo discurso. O Parreira foi muito feliz naquelas declarações e segue tudo igual. Estamos no quinto passo. São sete”, garantiu o treinador. Mas nem só o otimismo marcou a entrevista do treinador. Quando a conversa com os seis jornalistas foi tema de uma pergunta, ele reagiu de forma rude. “Não tenho como descer para conversar com todo mundo. Tem alguns que são mais meus amigos, gosto mais, e vou fazer isso, como fazia em 2002, no Japão. Sentava com sete, oito ou dez e conversava. Não pode existir ciúme de homem, pelo amor de Deus, é brabo”, disse o técnico, que completou: “Sempre fiz isso. Eu vou fazer as coisas do meu jeito. Não gostou? Vai para o inferno”. Para a partida desta sexta, a única mudança na Seleção será a entrada de Paulinho no lugar de Luiz Gustavo, que está suspenso pelo segundo cartão amarelo.