Ao mesmo tempo em que vive sua pior fase nas provas velocidade e meio-fundo nos Jogos Pan-Americanos, o Brasil vive momento histórico nas competições de campo do atletismo. Em Toronto, foi ao pódio três vezes, com uma medalha de prata e duas de bronze. É o melhor resultado da história tanto em termos quantitativos (igualando São Paulo-1963) quanto qualitativos.
Afinal, em toda a história do Pan, o Brasil só havia ganhado 10 medalhas nas provas de campo - lançamento de disco, dardo e martelo e arremesso de peso. Dessas, duas foram conquistadas em 1951 (em Buenos Aires) e outras três em 1963. Só Elisângela Adriano ganhou três das cinco medalhas conquistadas de 1999 para cá.
O cenário dessas provas no País mudou depois da contratação de técnicos estrangeiros e da instalação de um centro de alto rendimento em Uberlândia (MG). Os principais atletas do País passaram a realizar campings de treinamento no exterior e os resultados começaram a aparecer.
Em Toronto, vieram três medalhas, mas havia a expectativa de mais. Darlan Romani é o 14º do ranking mundial no peso, Geisa Arcanjo finalista olímpica também no peso e, no disco, o Brasil tem duas atletas no Top 20 do mundo. No martelo, Wagner Domingos também tinha potencial para medalha.
Ainda assim, foram três brasileiros no pódio em Toronto: Jucilene Sales de Lima (bronze no dardo), Julio Cesar Oliveira (bronze no dardo) e Ronald Julião (prata no disco). Como comparação, nas provas individuais de velocidade e meio-fundo, para as quais EUA e Jamaica não mandaram seus melhores atletas a Toronto, o Brasil ganhou uma única medalha, de bronze. É o pior resultado desde 1979.