Paulo Nobre preside o Palmeiras há 18 dias e ainda não conseguiu resolver o que considera uma prioridade: o atraso no pagamento dos direitos de imagem, maior parte dos salários de muitos jogadores. E Barcos já se irrita com a situação, até porque o próprio dirigente assumiu o clube dizendo ter noção do "tamanho do buraco".
"Só quero jogar bola e não me preocupar com salário e outro tipo de coisa. Não precisamos de mais nada, só de tranquilidade para jogar", reclamou o centroavante, sem esconder o desconforto por falar do caso. Por enquanto, a diretoria age como fez para explicar a dívida com a LDU para aquisição de 70% dos direitos econômicos do artilheiro: o problema surgiu na gestão de Arnaldo Tirone.
"Estamos com alguns direitos de imagem atrasados. Pegamos isso agora, é uma herança", disse o diretor executivo José Carlos Brunoro, em discurso que não convence Barcos. "O presidente que entrou sabia dos problemas que o Palmeiras teria. E é o Palmeiras. Os jogadores entram e saem, mas o Palmeiras continua o mesmo. Com presidente, é do mesmo jeito", falou o camisa 9.
Apesar da reclamação de Barcos, Nobre sempre se mostra incomodado com a situação. A filosofia do presidente é de que os jogadores e até Gilson Kleina, que também tem parte de seus salários atrasados, só podem ser cobrados caso a diretoria faça sua parte.
"Conversamos com os jogadores na quarta-feira e pretendemos sanear isso dentro do possível. Só posso cobrar se não devo, então estamos tentando a curto e médio prazo resolver isso", prometeu José Carlos Brunoro.
Com isso, cabe a Barcos se conformar em lidar com problemas fora de campo, como saber horas antes de enfrentar o Atlético Sorocaba que o Palmeiras ainda deve US$ 750 mil (cerca de R$ 1,5 milhão) à LDU, última parcela de sua aquisição. "Eu estava concentrado para um jogo importante e recebo a notícia. É muito ruim, chateia. Você fica pensando em outra coisa. Mas o que fazer? Não posso mudar isso", lamentou.