Campeão mundial, Everton Lopes vira profissional e fica fora do Rio/2016

Demétrio Vecchioli
05/01/2015 às 13:18.
Atualizado em 18/11/2021 às 05:34

Foi-se embora mais uma esperança de medalha para o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio/2016. Campeão mundial amador nos meio-médios-ligeiros, Everton Lopes assinou contrato com a Golden Boy, promotora do lendário Oscar De La Hoya, e agora é um pugilista profissional. Por isso, não pode mais lutar entre atletas amadores.

Atleta baiano de 26 anos, Everton já não vinha treinando com a seleção brasileira, em São Paulo. O site da Golden Boy já tem um perfil dele, com uma imagem do pugilista usando a camiseta da promotora. A empresa é a mesma que cuida da carreira do medalhista olímpico Yamaguchi Falcão.

"Ele não nos posicionou. A gente sabe porque saiu no site da Golden Boy. Ele não nos notificou ainda", explicou Mauro Silva, presidente da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe). A entidade espera que Everton comunique a decisão nos próximos dias, porque precisaria se reapresentar para treinar até quarta-feira.

Everton foi campeão mundial em Baku (Azerbaijão) em 2011 e, no mesmo ano, faturou a medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (México). Nos Jogos Olímpicos de Londres (Grã-Bretanha), caiu diante de um cubano logo na estreia. Já no Mundial de Almaty (Casaquistão), ficou com o bronze. Ele também é o atual campeão pan-americano.

Sua última participação pela seleção brasileira foi no Tammer Tournament, competição importante disputada na Finlândia, onde conquistou o ouro. O desfalque para a seleção olímpica é imensurável porque Everton era grande esperança de medalha - ocupava o segundo lugar do ranking mundial.

Seu substituto natural, porém, está pronto para o desafio. Mesmo reserva, Joedison Teixeira, o Chocolate, vinha colecionando títulos. De 2012 para cá, venceu o Pan-Americano Júnior (2012), o Leszek Drogsz Memorial (2014, na Polônia), os Jogos Mundiais de Combate (2013, na Rússia) e o Festival Olímpico Pan-Americano (2014, no México).

Everton é o terceiro grande pugilista que o boxe amador do Brasil perde nesse ciclo olímpico. Os irmãos Yamaguchi e Esquiva Falcão, respectivamente bronze e prata em Londres, já lutam entre os profissionais.
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