Carlos Alberto Silva planeja ‘importar’ talentos para base do Villa

Henrique André - Hoje em Dia
23/10/2014 às 06:46.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:43
 (Samuel Costa)

(Samuel Costa)

“Quem falou que o Villa morreu se enganou / O Villa não morreu nem morrerá / Deixa a malvada da língua do povo falar/”. Inspirado pelo grito de guerra da torcida alvirrubra – uma paródia da marchinha “A vila não morreu”–, o ex-técnico Carlos Alberto Silva quer provar que o clube ainda tem forças para driblar os problemas deixados por administrações passadas e voltar a figurar como um dos grandes de Minas Gerais.

“Quero usar minha experiência no futebol para ajudar na reestruturação do Villa. Serei responsável por cuidar tanto da base quanto do profissional” disse Silva, nomeado pelo presidente eleito do Villa Nova, Aécio Prates, como novo vice de futebol.

O ex-treinador, campeão pan-americano em 1987 à frente da Seleção Brasileira, ganhou força no cenário nacional ao conquistar o Brasileiro de 1978 pelo Guarani, de Campinas. Treinou clubes como Cruzeiro, Atlético, América, São Paulo, Palmeiras, Corinthians e Santos, e teve uma boa passagem pela Europa, onde treinou o La Coruña-ESP e o Porto.

Nascido em Bom Jardim de Minas, em 1939, Silva conhece bem a tradição do clube de Nova Lima e crê que as categorias de base poderão render bons frutos num futuro próximo, caso sejam bem trabalhadas: “Vamos investir na base e trazer alguns jogadores de outros estados. O Villa precisa valorizar quem está aqui, mas sem se esquecer de criar uma rotação de atletas, para garimpar novos talentos”.

Para tentar viabilizar a reestruturação do Leão, que acumula dívidas de quase R$ 9 milhões, Silva planeja angariar recursos públicos e da iniciativa privada: “Contaremos com a ajuda da prefeitura e de algumas empresas que estão instaladas na cidade. Vamos nos reunir na sexta-feira com o presidente e outros membros da diretoria para traçarmos algumas estratégias”.
 
Com dívida de R$ 9 milhões, clube terá gramado padrão Fifa
 
Aécio Prates, eleito na última segunda-feira como novo presidente do Villa Nova – até 31 de outubro de 2016 –, revelou ao Hoje em Dia que já tem uma primeira ação engatilhada. A partir do próximo dia 15 de novembro, o clube fechará as portas do Estádio Municipal Castor Cifuentes, o Alçapão do Bonfim, para realizar obras no gramado.

“Deixaremos nosso campo com o padrão de dimensões estipulado pela FIFA e também trocaremos o gramado. Teremos a grama das principais competições nacionais e internacionais”, garantiu o dirigente.

Atualmente, o gramado do Alçapão tem 100 metros por 65 m. O padrão Fifa estabelece que os estádios tenham 105 por 68 de largura. De acordo com Prates, O Villa deve gastar cerca de R$ 600 mil nas obras, que serão pagas com recursos do próprio clube e de empresas privadas.

O clube tem uma receita anual de aproximadamente R$ 2,6 milhões – sendo R$ 200 mil do patrocinador master, R$ 400 mil de cota de TV e R$ 2 milhões da prefeitura. A folha salarial do Leão é volátil. Gira em torno de R$ 80 mil mensais , mas em época de competições aumenta para R$ 250 mil.

A nova diretoria do Villa espera montar um time competitivo para o Estadual 2015, mas planeja prioriza o pagamento ou renegociação das dívidas fiscais e trabalhistas. De acordo com Prates, atualmente o clube deve cerca de R$ 9 milhões.

“As antigas administrações não tinham cuidado ao assinar contratos. Pagavam muito para alguns profissionais e ao deixar o clube, antes do término do contrato, estes acionavam o clube na justiça. A nossa dívida foi crescendo assim”, explicou o novo presidente, que ainda promete a entrega do novo centro de treinamentos, que já conta com dois campos concluídos: “Entregaremos o nosso CT em janeiro. Falta ainda a parte de refeitório e de vestiário”.

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