O desembarque de Gilson Kleina no Palmeiras foi marcado pela cautela nesta quinta-feira. O treinador evitou comparações com Luiz Felipe Scolari, demitido na semana passada, e avisou que não tem pretensões de ser considerado herói do time, se conseguir evitar o rebaixamento para a Série B.
"Felipão ganhou tudo, né. Nós é que estamos iniciando, num crescimento. Ele serve como exemplo. Tenho certeza de que, se o time estivesse num momento melhor, não seria eu aqui no comando", comentou Kleina, que acertou seu contrato com o Palmeiras, na quarta-feira, após deixar a Ponte Preta.
O técnico assumiu o Palmeiras com a difícil missão de escapar da queda no Brasileirão. Kleina, porém, deixa o protagonismo para os jogadores. "Herói não quero ser, serão os jogadores, a diretoria, os funcionários. Eu não tenho receio de as coisas não darem certo. Vamos trabalhar para isso, mas sabemos como é o futebol. Se não acontecer, podem ter a certeza que assumo a culpa", declarou, após comandar o primeiro coletivo do time.
Na primeira atividade com o time, o treinador aproveitou informações do interino Narciso para fazer seus primeiros esboços em campo. "Conversamos com o Narciso. Era importante ver o que ele fez nesse tempo. Tem que mexer o menos possível para ter um conjunto. Se começar a mudar muito, não acha a forma ideal. E não passa a confiança para um atleta começar o jogo".
Após o contato inicial, Kleina se mostrou ansioso para contar com Valdivia no time - o meia treinou em separado nesta quinta. "Ele é um jogador diferenciado. Estou tendo o primeiro contato agora, tenho que entender muita coisa. Mas todo mundo que joga contra ele tem uma preocupação maior. Sabe jogar de costas, compete o tempo todo".
Para o treinador, o elenco deve manter a mesma postura do chileno para ter chances de evitar a queda. "Dentro da nossa filosofia, eu só vejo reação com comprometimento, entrega, disposição. Tem que trabalhar coletivamente, com ajuda mútua ou estamos fadados ao fracasso".
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