(Bruno Cantini / Atlético)
O atual prefeito de Belo Horizonte e ex-presidente do Atlético, Alexandre Kalil, enfatizou certa vez que o Galo não tinha tradição em grandes camisas 10, mas sim, em camisas 9. No entanto, o cenário começou a mudar nesta década, com Ronaldinho Gaúcho, que brilhou na função de comandar a sinfonia alvinegra no vice do Brasileiro de 2012 e na conquista da Libertadores de 2013. Na segunda metade do ano seguinte, já sem o R10, coube a Dátolo orquestrar o meio-campo do time no título da Copa do Brasil. Em todos esses episódios, Guilherme atuou como coadjuvante de luxo, sendo decisivo em jogos-chave como armador. O próximo nessa cronologia seria Cazares, porém, o destino não reservou as mesmas glórias ao equatoriano.
A partir de janeiro, Juanito inicia sua quinta e, talvez, última temporada trajando o uniforme preto e branco – em 2018, ele teve o contrato estendido até 31 de dezembro de 2020. E novamente a pergunta que se faz é: “Agora vai?”.
Após desempenhar um bom futebol pelo Banfield, da Argentina, Cazares chegou à Cidade do Galo em 2016. No Atlético, não conseguiu manter uma regularidade em nível de atuações, embora tenha colecionado algumas performances de “craque” ao longo dos anos. Em outras ocasiões, tirou os torcedores do sério, como no pênalti desperdiçado diante do Colón, nas semifinais da última Sul-Americana.Bruno Cantini / Atlético
Em 2020, o meia vai à busca de alguns feitos, individuais e coletivos, que poderiam ter acontecido ainda em 2019. Um deles é o óbvio: faturar um grande título pelo clube. Em algumas vezes, essa oportunidade esteve perto de ocorrer, mas no fim ficaram as lamentações. Em 2016, por exemplo, foi vice da Copa do Brasil, tendo sido vaiado pela atuação ruim no jogo de ida, a derrota por 3 a 1 para o Grêmio, no Mineirão, e feito um golaço do meio de campo, no 1 a 1, fora de casa.
Quanto às marcas individuais, Cazares está próximo de se tornar o maior goleador estrangeiro do Galo. São 41 tentos anotados, um a menos que Lucas Pratto, o líder da estatística. Além disso, perseguirá o título de “artilheiro do Atlético do novo Independência”. Nesse quesito, está em quinto lugar, com 22 gols, a seis de alcançar Luan, que deixou a agremiação para defender o V-Varen Nagasaki, do Japão.
No retrospecto geral, em quatro anos, Cazares soma pelo alvinegro 204 partidas, 41 gols, 44 assistências e um título do Campeonato Mineiro (2017).