Um dia após a Fifa externar sua preocupação com a situação do futebol feminino no Brasil, o coordenador geral de seleções da CBF, Gilmar Rinaldi, afirmou que a entidade já está trabalhando para reestruturar a modalidade. Segundo ele, a contratação de Marco Aurélio Cunha como coordenador do futebol feminino foi feita justamente para "conectar os bons exemplos" do esporte no País.
Gilmar e o técnico Dunga participaram nesta terça-feira (19) do segundo e último dia de debates do Seminário de Desenvolvimento do Futebol Feminino, evento realizado na CBF com apoio da Fifa. Na terça-feira, a gerente de desenvolvimento da Fifa para a modalidade, Mayi Cruz Blanco, cobrou da entidade brasileira um maior apoio ao feminino.
"Um está pegando carona com o outro. A vontade é de todos, e com o apoio da Fifa fica muito mais fácil", disse Gilmar Rinaldi. "Nós precisamos qualificar. E como é que a gente qualifica? Com os colégios, educação, indo nas bases, e aí, sem dúvida, no futuro vamos ter grandes seleções de novo e vamos estar muito bem representados."
Segundo o coordenador de seleções, desde que Marco Polo Del Nero assumiu a presidência da CBF, "uma nova diretriz" foi implantada. "O doutor Marco me pediu para cuidar com carinho do futebol feminino. Eu comecei a ouvir pessoas e vi que há coisas muito boas, muitos polos, mas eles estão um pouco desconectados. Então buscamos uma pessoa do futebol (Marco Aurélio Cunha), que conhece, que tem essa penetração, para começar a interligar."
Gilmar garantiu que Marco Aurélio Cunha terá liberdade para desenvolver seu trabalho na CBF, mas ressalvou que existem "hierarquias" na entidade. "Aqui todos têm autonomia. Se reporta ao presidente, com as hierarquias. Eu sou o coordenador de seleções, tem o (Erasmo) Damiani nas bases, ele (Cunha) na feminina. Todas as ideias vão ser conversadas, analisadas em conjunto, e a gente sempre vai buscar um entendimento que seja bom para a CBF e para o Brasil."
A seleção brasileira principal foi tema proibido pela assessoria de imprensa da CBF na conversa que Gilmar teve com os jornalistas - essa teria sido uma condição imposta pelo próprio coordenador geral de seleções.
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