Nos últimos dias, a CBF fez jogo duplo e evitou confirmar aos candidatos em quem votará na eleição desta sexta-feira (26). Nesta quinta, o presidente interino da entidade, coronel Antonio Nunes, fugiu da imprensa e deixou ao seu vice, Fernando Sarney, declarar que o Brasil votaria por Gianni Infantino. Oficialmente, a CBF disse que informou ao suíço que lhe daria seu voto. Mas a campanha de Infantino nega que tenha sido informado e desconfia que a CBF o abandonou a favor de Salman Al Khalifa.
Nesta quinta, a Conmebol anunciou o voto "em bloco" para Infantino. "Na primeira e na segunda votação iremos com Infantino. "Nossa posição é séria. Infantino sabe disso e o outro candidato sabe disso. As propostas de Infantino se assemelham a nossos interesses", disse Alejandro Dominguez, presidente da entidade.
A proposta de voto em bloco se contrastava com a versão dada pela assessoria de imprensa da Conmebol, minutos antes, apontando que cada país votaria de uma forma independente.
Na coletiva de imprensa, o presidente da CBF se recusou a participar. Em seu lugar, falou Sarney, que sequer vai votar por ser integrante do Comitê Executivo da Fifa. "Vamos acompanhar a Conmebol e votar em bloco", garantiu. Segundo ele, Infantino não era sua opção inicial. "Mas decidimos agir de forma conjunta", explicou.
Nem Infantino acreditou na versão da Conmebol. Assim que a coletiva terminou, seus assessores foram mandados até o local do encontro para questionar se a declaração faria sentido. "Eles não nos disseram nada sobre o voto", confirmou um dos secretários do suíço à reportagem do jornal O Estado de S. Paulo, contradizendo Sarney.
Na equipe de Salman, seus conselheiros confirmaram que tinham o Brasil ao seu lado. Quando a reportagem, questionou o candidato sobre o apoio da CBF, ele apenas sorriu. "Pergunte a eles".
Nos últimos dias, a CBF indicou que poderia mudar seu voto, diante da força demonstrada por Salman. A justificativa era de que a entidade precisava estar "no lado vencedor", criando suspeitas por parte do campo de Infantino de que Salman teria oferecido algum benefício aos brasileiros.
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