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CBF testa nova regra que permite técnicos pedirem revisão de lances

Sistema Football Video Support (FVS) será usado a partir das quartas de final da Copa do Brasil Feminina e permite aos treinadores contestar decisões de gols, pênaltis e cartões vermelhos

Do HOJE EM DIA
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Publicado em 18/09/2025 às 17:18.
CBF prepara árbitras para testes com o Football Video Support (FVS) na Copa do Brasil Feminina (Créditos: Rafael Ribeiro / CBF)

CBF prepara árbitras para testes com o Football Video Support (FVS) na Copa do Brasil Feminina (Créditos: Rafael Ribeiro / CBF)

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que a partir das quartas de final da Copa do Brasil Feminina será utilizado o Football Video Support (FVS), sistema de revisão em vídeo que permite aos técnicos solicitarem checagem de lances durante a partida. A iniciativa faz parte de um planejamento da FIFA para avaliar a implantação do método em outras competições.

Esta é a primeira vez que uma associação nacional adota o FVS, que já foi testado nos Mundiais Femininos Sub-17 e Sub-20. A Comissão de Arbitragem da CBF (CA-CBF) convocou 17 árbitras e assistentes para atuarem na competição com o novo sistema. O sorteio das partidas das quartas de final ocorrerá nesta sexta-feira (19), às 11 horas, na sede da CBF.

Durante a semana, as árbitras passaram por treinamento específico no Clube da Aeronáutica, no Rio de Janeiro, conduzido por instrutores da FIFA de forma remota, e pela CA-CBF presencialmente. O treinamento incluiu atividades teóricas sobre as especificidades do FVS e simulações práticas em partidas de teste.

No FVS, o técnico solicita a checagem de um lance através de um giro com o dedo indicador e entrega um cartão de desafio ao quarto árbitro. O sistema revisa gols, decisões de pênalti, punições de cartão vermelho e equívocos de identificação de jogadores. Lances fora desses critérios não podem ser solicitados para revisão.

Diferente do VAR, não há árbitro de vídeo acompanhando o jogo em uma cabine. O árbitro central analisa o lance por vídeo, exibido no monitor de campo, sem auxílio de outros oficiais. Rodrigo Cintra, presidente da CA-CBF, explicou que o objetivo é garantir “lisura do futebol” e que os técnicos das equipes também participaram de treinamento para compreender o sistema.

No FVS, o quarto-árbitro assume funções adicionais, incluindo controle geral da partida, supervisão das áreas técnicas, gestão das substituições e apoio no uso dos equipamentos de vídeo. Ele deve checar se a bola entrou no gol, identificar o incidente solicitado para revisão, gerenciar os cartões entregues e abrir e fechar microfones para anúncios.

A árbitra Jenifer Alves, que participou do treinamento, destacou a necessidade de atenção ampliada durante a partida. “Agora tem várias situações de jogo que você tem que estar atento, não só aos bancos. Você tem que estar antenado, sentir o que o banco pede, compreender as situações protocolares onde a gente pode entrar e que a gente pode permitir ou não”, explicou.

Em uma simulação, Jenifer analisou um lance de expulsão contestado por um técnico. Ela afirmou que, ao rever as imagens, identificou “uma disputa normal de jogo” e manteve a decisão de não aplicar o cartão vermelho. O técnico Bruno Peixe, que solicitou a revisão, comentou que o FVS possui caráter educativo e exige precisão nos pedidos de checagem.

A experiência com o FVS já havia sido testada por árbitras brasileiras, como Daiane Muniz, durante o Mundial Feminino Sub-17 na República Dominicana. Ela comentou que o sistema exige que as equipes compreendam as regras e protocolos, pois terão direito a apenas dois pedidos de revisão por partida.

Segundo Daiane, após esgotados os dois pedidos, qualquer erro subsequente não poderá ser corrigido. “Eles terão mais autonomia para questionar alguma decisão nossa. Nós, como árbitras, viremos rever o lance, como acontece com o VAR, e tomar a melhor decisão para o jogo. Mas isso terá limite: duas situações que terão direito de pedir essa revisão”, explicou.

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