Cerimônia de abertura teve apenas 18 lideres internacionais e saída 'à francesa'

Estadão Conteúdo
06/08/2016 às 11:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 20:12
 (Pascal Le Segretain/AFP)

(Pascal Le Segretain/AFP)

O Itamaraty havia anunciado que 45 chefes de estado e de governo estariam na abertura dos Jogos Olímpicos, na noite de sexta-feira. Mas uma lista obtida pelo Estado de S. Paulo revela que o número total foi de apenas 18, sendo que os demais eram apenas vice-primeiros-ministros, governadores e autoridades de segundo escalão.

A reportagem do Estado de S. Paulo foi a única a entrar nos camarotes presidenciais e constatou como muitos dos locais VIPs permaneceram vazios, enquanto ministros e autoridades circulavam sem qualquer compromisso. Alguns deles ainda tiveram tempo para abrir freezers para escolher sorvetes ou conversar sobre as apostas de medalhas.

Depois de Londres em 2012 receber mais de 90 chefes de estado, de Pequim ter mais de 70, Atenas com 48 e Sidnei com 24, a Olimpíada do Rio acabou sendo prejudicada pelo caráter interino do governo brasileiro, da crise e, segundo o Itamaraty, pela "distância" que representa uma viagem até o País.

Estavam no Maracanã apenas os líderes máximos de Andorra, Argentina, Bélgica, Eslováquia, Fiji, França, Geórgia, Holanda, Hungria, Itália, Lituânia, Luxemburgo, Mônaco, Paraguai, Portugal, República Checa, Sérvia e Suíça.

Na lista do governo, o Planalto incluiu ainda os dignitários que, no fundo, eram membros do COI, como o de Luxemburgo e Mônaco, e que tinham obrigação de estar em seu próprio evento.

Ainda estavam presentes vice-primeiros-ministros, vice-presidentes ou príncipes da China, Jordânia, Guiné Equatorial, San Marino e Usbequistão. Alguns chefes de diplomacia também estavam na lista, como o norte-americano John Kerry.

A lista se contrasta com o que o governo anunciava ainda em maio de que tinha mais de 50 pessoas confirmadas e que esperava chegar a 70 convidados VIP.

CORREDORES - A ausência era nitidamente notada nos corredores internos do estádio, vazios e com comida, funcionários e seguranças sobrando. A falta de líderes internacionais ainda permitia que ministros e políticos brasileiros usassem o tempo para conversar, sem ter de recepcionar os estrangeiros.

Enquanto as delegações desfilavam, o ex-governador do Rio Sérgio Cabral conversava numa das mesas com o governador Geraldo Alckmin. Num outro canto, o chanceler José Serra falava ao telefone.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, circulava ainda tranquilamente, buscando algo para beber nos balcões vazios dos bares montados no local.

O governo brasileiro tentou convidar os poucos líderes a ficarem no principal camarote, ao lado de Michel Temer, presidente interino. Sem sucesso, o local foi preenchido por diversos ministros do governo e autoridades municipais e do governo do Estado.

Antes mesmo de terminar o evento e logo depois do desfile da delegação da França, o presidente François Hollande deixou o Maracanã, à francesa.

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