Chamadas de 'Lobas Guará', meninas do Inconfidência Rugby usam campo sem luz e esburacado na UFMG

Felippe Drummond Neto - Hoje em Dia
03/11/2014 às 08:57.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:52
 (Luiz Costa)

(Luiz Costa)

A vida de quem pratica um esporte pouco divulgado no Brasil costuma esbarrar em algumas dificuldades extras. Entre a falta de apoio e de estrutura, o que se sobressai é a paixão e a dedicação de seus praticantes, que superam barreiras para continuar sonhando com um futuro digno em suas respectivas modalidades. Obstáculos que não impedem uma turma de mulheres de Belo Horizonte de se aventurar no rugby.

As meninas do Inconfidência Rugby, conhecidas como as “Lobas Guará”, preparam-se para disputar a terceira etapa do Campeonato Mineiro Feminino de Rugby sevens, que será disputada em 29 de novembro, em Ouro Preto (a 100 quilômetros de BH), e que vale como seletiva para o Super Sevens, o campeonato nacional da modalidade.

As dificuldades começam já no campo onde elas treinam três vezes por semana. “Treinamos em um campo cedido pela Assufemg, no campus da UFMG, mas lá não quase não tem grama e a iluminação é a mesma dos postes que iluminam as ruas ao redor do campo. Além disso, há muitos buracos e pedras, não oferecendo condições adequadas de segurança”, conta a capitã do time Jéssica Maciel.

Outro problema que elas enfrentam é a falta de patrocínio, mas para isso elas tiveram uma solução criativa. “Temos dificuldade em arcar com os custos de viagens, alojamentos e as inscrições dos campeonatos. Muitas vezes a solução encontrada é vender chaveiros, camisas ou até mesmo fazer uma vaquinha entre as atletas. Atualmente, somos 16 atletas que fazem de tudo para ajudar”, explica.

Olimpíada

O Rugby sevens fará parte da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro, e desde que essa participação foi confirmada, em 2011, diversas empresas começaram a investir na modalidade, criando até uma ação publicitária que afirmava: “Rugby. Isso ainda vai ser grande no Brasil”.

Mas o que se vê na prática não é isso. Três anos já se passaram e a modalidade continua amadora, apenas com investimento na seleção brasileira.

“Infelizmente, o esporte ainda é muito pouco conhecido no Brasil, e isso dificulta que investidores olhem para o Rugby. Mas acho que isso vai melhorar após a participação olímpica, porque surgirá mais espaço para a modalidade”, pensa Jéssica.
 

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