Champions x Libertadores: disparidade na Europa e imprevisibilidade na América do Sul

Cristiano Martins
csmartins@hojeemdia.com.br
02/06/2017 às 20:59.
Atualizado em 15/11/2021 às 17:18
 (Divulgação)

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Real Madrid e Juventus fazem neste sábado (3) uma final relativamente previsível na Liga dos Campeões da Europa. Vencedores dos respectivos campeonatos nacionais na atual temporada, espanhóis e italianos reforçam o panorama recente de elitização no futebol do Velho Continente.

Prova disso é a comparação com a Copa Libertadores, cujo sorteio da próxima fase acontecerá na semana que vem. Enquanto merengues e bianconeros fazem respectivamente a terceira e segunda finais nas últimas cinco edições da Champions, o principal torneio sul-americano não teve sequer um clube classificado mais de uma vez às semifinais desde 2013 (veja abaixo).

Se o abismo entre os continentes já é claro há algumas décadas, fica evidente também a disparidade entre os próprios clubes da Europa nesse intervalo.

Desde 2012/13, cinco deles figuraram mais de uma vez entre os semifinalistas: Real Madrid (cinco), Bayern de Munique (quatro), Atlético de Madrid (três), Barcelona e Juventus (duas). E houve espaço para apenas um “intruso”, o Manchester City, classificado entre os quatro melhores pela primeira vez na história no ano passado.

Com duas taças conquistas somente neste período, o Real é candidato ao bicampeonato consecutivo e pode ampliar o próprio recorde de títulos europeus (11). Já a Juve, também campeã da Copa da Itália, busca a Tríplice Coroa, feito realizado só oito vezes na história do futebol europeu.

Imprevisível

Na América do Sul, pode-se observar um fenômeno oposto. No mesmo período (sem contar a edição atual, ainda em disputa), times tradicionais no torneio e fortes nas respectivas competições nacionais não vêm tendo vida fácil.

O maior poderio financeiro do futebol brasileiro também tem sido ignorado dentro de campo, uma vez que o Atlético foi o único finalista e campeão do país desde a edição 2013.

Nesse intervalo, 16 clubes diferentes chegaram às semifinais, numa lista que exclui grandes campeões como Independiente, Peñarol, Estudiantes, Nacional do Uruguai e Santos, só para citar os detentores de três ou mais taças.

Paralelamente, quatro times conseguiram a classificação às semifinais de maneira inédita: Nacional do Paraguai, Defensor, Tigres e Independiente Del Valle.

Neste ano, a definição da fase de grupos também aponta para um alto grau de imprevisibilidade. Nove dos 16 classificados para o mata-mata buscam um título inédito: Botafogo, Barcelona de Guayaquil, Emelec, Atlético-PR, Guaraní, Jorge Wilstermann, The Strongest, Godoy Cruz e Lanús, sendo que os últimos três jamais avançaram até a penúltima fase.

Atlético, Guaraní, San Lorenzo e River Plate são os únicos que podem figurar entre os quatro melhores pela segunda vez nos últimos cinco anos.

Equilíbrio

Na imprensa europeia, a decisão da Champions tem sido tratada como uma “final sem favorito”. Enquanto o Real tem o melhor ataque do torneio (32 gols marcados), a Juve possui a defesa menos vazada (três gols sofridos). O confronto colocará em lados opostos os laterais Marcelo e Daniel Alves, da Seleção Brasileira.

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