Chilenos na camisa e no coração em meio a um mar de verde e amarelo

Horas antes do duelo entre Brasil e Chile começar, quatro rapazes vestidos de vermelho se destacaram em meio a um mar de camisas amarelas nos arredores do Mineirão. Eram os chilenos Rodolfo Yanez, Leopoldo Salas e Alejando Tello, todos projetistas, que trabalham em uma mineradora na capital mineira. O curioso é que eles fizeram com que o companheiro de ofício Rafael Machado, que nasceu em Belo Horizonte, vestisse o uniforme da “La Roja”. Porém, como bom brasileiro que é, o também projetista não deixou de levar o fardamento verde e amarelo nos ombros e prometeu “tirar onda” com os amigos andinos.

“Não sou vira-casaca. São grandes amigos que fiz no trabalho e os trouxe aqui para conferir um jogo da seleção deles. O problema é que sairão daqui um pouco tristes. Aliás, bem tristes”, brincou Rafael, que é cruzeirense e aproveitou o momento para mostrar sua euforia com a nova contratação, Dedé. “Um dos motivos é a presença do Dedé. Por ali não vai passar nem pensamento. Então é bom o Vargas ficar já satisfeito se conseguir chutar de fora da área”, afirmou.

Os três chilenos não deixaram por menos. Apesar de reconheceram a inferioridade de sua seleção perante ao Brasil, eles brincaram com um possível placar ao final do jogo. “Vai ser difícil hoje, mas acho que dá 1 a 0 para o Chile”, disse Alejandro. Leopoldo, em seguida, provocou. “Sim, com um gol contra de Ronaldinho Gaúcho”, disse o torcedor “andino” em meio às risadas.

Apesar das brincadeiras, os três torcedores de “la Roja” foram lúcidos ao avaliarem o momento atual da equipe. Segundo eles, Jorge Sampaoli, ex-técnico da Universidade de Chile,  ainda começa a mostrar seu trabalho, uma vez que substituiu Claudio Borghi recentemente no comando da Seleção. “Ele tem pouco tempo de trabalho e não será esse jogo que mostrará nossa cara. Mas acredito que ele conseguirá fazer um bom trabalho”, disse o esperançoso Leopoldo.

Os três chilenos retornam à sua terra natal na próxima sexta-feira. Com eles viaja a fé no trabalho de Sampaoli, para conseguir levar a equipe chilena a Copa do Mundo. Rafael, seu amigo de Minas Gerais, já prometeu que caso o time andino se classifique para o Mundial, sua casa estará de portas abertas, com churrasco e cerveja. Desde que, é claro, não encontrem o Brasil pelo meio do caminho.