(Vinnicius Silva/Cruzeiro e Bruno Cantini/Atlético)
De um lado, uma equipe em crise fora de campo, sob o impacto das investigações da Polícia Civil sobre eventuais irregularidades administrativas de seus dirigentes. E que, nos gramados, vem de uma sequência de nove jogos sem vitória, ainda que técnico e jogadores desmintam qualquer relação com o ambiente conturbado. Para completar, três jogadores saíram e um dos principais reforços (o meia Rodriguinho) terá de ser submetido a cirurgia.
Do outro, um time que repetiu o filme do ano passado apostando em um interino que assumiu num momento delicado (as finais do Mineiro); viu algumas de suas peças criticadas crescerem e conseguiu digerir a eliminação na primeira fase da Libertadores, além de ganhar reforços e opções.
Não fossem as duas equipes Cruzeiro e Atlético, e ficaria claro para qualquer um quem estaria em melhor momento para uma partida pelas quartas de final da Copa do Brasil.
Mas a história quase centenária do clássico é repleta de exemplos de favoritismo teórico derrubado na hora em que a bola rola; vitórias surpreendentes e atuações capazes de desmentir qualquer lógica; que, no futebol, aliás, é fato raro.
Por isso mesmo, a torcida celeste promete comparecer em peso ao Mineirão hoje, às 20h, quando será maioria no jogo de ida. E tanto os atletas quanto o técnico Mano Menezes prometem não só deixar em segundo plano o que acontece nos bastidores, como também recuperar o futebol do primeiro trimestre, que valeu o título mineiro e a segunda melhor campanha na Libertadores.
Peças-chave para o bom desempenho do conjunto estrelado, Robinho e Thiago Neves prometeram uma postura à altura de um confronto que vale o sonho do hepta (tri consecutivo), mas também um cheque de R$ 3,6 milhões, que pode chegar a R$ 61,8 milhões em caso de novo título.
O primeiro, aliás, reconheceu a necessidade de voltar a mostrar sua versatilidade e poder ofensivo, que andaram sumidos na sequência antes da pausa para a Copa América. Assim como uma defesa que começou o ano elogiada e hoje é a mais vazada do Brasileiro, com 16 gols sofridos, ao lado da do Fluminense.
Fiel às convicções, Mano prefere apostar em Ariel Cabral como segundo volante, com Lucas Romero (cuja saída é cogitada, com propostas do futebol argentino) mantido na lateral-direita. E Marquinhos Gabriel deve ser o escolhido para jogar à frente, ao lado de Fred. Sem o gol qualificado, uma vitória em seus domínios se torna ainda mais importante para a Raposa.
Tranquilidade
Pelo lado alvinegro, tranquilidade é a palavra de ordem. A começar pelo comandante, que deixou o time na sexta posição do Brasileiro ainda como interino e voltou da parada efetivado.
O retorno do venezuelano Otero; as chegadas do lateral esquerdo uruguaio Hernández e do volante paraguaio Martínez ampliaram o leque de opções para um grupo até então limitado neste aspecto. E o crescimento do futebol de Patric, Chará e Alerrandro trouxe otimismo e confiança ao torcedor, que certamente vai lotar o Independência na próxima quarta.
Quem leva a melhor no clássico? A resposta com o deuses do futebol ao longo dos 180 (ou mais) minutos das duas partidas.
CRUZEIRO x ATLÉTICO
Copa do Brasil (quartas de final, jogo de ida)
Cruzeiro
Fábio; Lucas Romero, Léo, Dedé e Egídio; Henrique, Ariel Cabral, Robinho e Thiago Neves; Marquinhos Gabriel (Pedro Rocha) e Fred
Técnico: Mano Menezes
Atlético
Victor; Patric, Réver, Igor Rabelo e Fábio Santos; Zé Welison, Elias, Cazares e Chará; Luan e Alerrandro
Técnico: Rodrigo Santana
Estádio: Mineirão
Horário: 20h
Arbitragem: Raphael Claus, auxiliado por Marcelo Carvalho Van Gasse e Danilo Simon Manis, todos de São Paulo. VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
TV: Premiere