(Futura Press/Estadão Conteúdo/Montagem)
O Cruzeiro tem Marcelo Moreno, artilheiro do Campeonato Brasileiro, além da dupla da Seleção, Everton Ribeiro e Ricardo Goulart. Já o Atlético conta com “São Victor”, o zagueiro goleador Leonardo Silva e o incansável atacante Diego Tardelli, novo dono da camisa 9 canarinho. Mas, no clássico de hoje, pela 23ª rodada da Série A, dois jovens atletas formados na Toca da Raposa e Cidade do Galo prometem roubar a cena. Autores de gols importantes que ajudaram suas equipes a somar três pontos no meio de semana, os atacantes Alisson, do clube celeste, e Carlos, pelo lado alvinegro, vêm se destacando em meio a elencos recheados de estrelas. Se no duelo de ida entre os dois rivais, disputado no dia 11 de maio, no Independência, pela quarta rodada, os dois eram apenas coadjuvantes, nesta tarde, Alisson e Carlos entram em campo como verdadeiros talismãs da China Azul e da Massa Alvinegra. Natural de Rio Pomba, no interior de Minas Gerais, a revelação cruzeirense, de 21 anos, começou a temporada de 2014 como opção distante do técnico Marcelo Oliveira e acabou colocando William e Dagoberto no banco de reservas. Se o gol marcado na vitória de 2 a 0 diante do Atlético-PR, na quarta-feira, no Mineirão não foi o primeiro no Brasileirão, foi o mais importante até agora. “Era a primeira vez que meus pais me viram jogar no Mineirão. Eles sempre vinham e eu ficava no banco ou era cortado da partida. Foi uma felicidade muito grande para mim”, comemora o jovem, que havia balançado as redes pela primeira vez na Série A nos 4 a 2 sobre a Chapecoense, em 30 de agosto, pela 18ª rodada. Carlos, de 19 anos, precisou percorrer um caminho mais longo até vestir a camisa do Galo. Nascido na pequena Santa Luz, no interior da Bahia, saiu de casa pouco depois dos dez anos e seguiu para a base do Santos. Depois de um período no Peixe, acabou acertando com o Atlético. Tímido, pouco a pouco vem se destacando. E seu concorrente é simplesmente Jô, um dos centroavantes da Seleção Brasileira na Copa de 2014. Base ganha espaço apesar da concorrência forte nos dois clubes Quando pisarem no gramado do Mineirão esta tarde, os novatos Alisson e Carlos não estarão desamparados. Cruzeiro e Atlético podem ter até três representantes de cada lado formados recentemente nas categorias de base, todos integrantes de uma mesma geração de novos talentos do futebol mineiro. Sob o comando de Levir Culpi estará com certeza o zagueiro Jemerson. O volante Eduardo é uma das opções para o setor, mas deve ser opção de banco com as voltas de Pierre e Josué. Campeão da Libertadores no ano passado, o lateral-direito Marcos Rocha, revelado em 2009, é um prata da casa que pode até já ser considerado veterano diante dos novos companheiros. Na reserva, Levir contará ainda com Fellipe Soutto, da mesma geração de Rocha, o lateral Alex Silva, que subiu em 2014, e o goleiro Uilson. Na Raposa, Marcelo Oliveira escala o lateral-direito Mayke e o volante Lucas Silva, campeão brasileiro em 2013 já como titular da equipe estrelada. Com reservas de luxo, como Dagoberto e William, o treinador da Raposa terá no banco apenas o goleiro Rafael como atleta formado na Toca. Anos 70 O grande número de jovens da base de Cruzeiro e Atlético remete aos clássicos da década de 70, quando Raposa e Galo contavam com destaques de uma mesma geração. Na ocasião, o Cruzeiro entrava em campo com Roberto Batata, Eduardo, Palhinha e Joãozinho. O alvinegro tinha nada menos que Reinaldo, Paulo Isidoro, Toninho Cerezo e Marcelo Oliveira. Base em alta A base dos dois rivais chega ao fim de 2014 prestigiada. Mas o início da temporada mostrava um cenário bem diferente. Na estreia das duas equipes no Campeonato Mineiro 2014, o Atlético só tinha Marcos Rocha formado no clube, enquanto a Raposa contava apenas com Lucas Silva. Situação semelhante aconteceu no clássico de ida do Campeonato Brasileiro. Naquela tarde de 11 de maio, o lateral-direito Alex Silva, hoje no banco, era o único titular do alvinegro revelado na Cidade do Galo. Marion, machucado, e Carlos, entraram no decorrer da partida. No Cruzeiro, apenas o lateral-direito Mayke representava a base.