Clássico mineiro será disputado nesta quarta no tapetão

Gláucio Castro - Hoje em Dia
01/10/2014 às 07:30.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:25
 (Flávio Tavares)

(Flávio Tavares)

O torcedor mineiro saberá nesta quarta-feira (1º) o futuro de Belo Horizonte na reta final do Campeonato Brasileiro. A decisão está nas mãos do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), que julga, a partir das 13 horas, a súmula do clássico entre Cruzeiro e Atlético, disputado no dia 21 de setembro, no Mineirão. Os rivais correm o risco de perder até 20 mandos de campo, cada, e pagar R$ 200 mil de multa.

O embate entre os advogados dos dois clubes promete ser tão emocionante quanto o duelo travado dentro das quatro linhas por Everton Ribeiro, Diego Tardelli e companhia no Gigante da Pampulha. As táticas adotadas para confundir o “adversário” já começaram muito antes da abertura dos trabalhos no plenário do STJD.

O Atlético esconde o jogo e não divulga o nome do advogado que representará o clube no tribunal, informando apenas que ele terá o apoio do presidente, Alexandre Kalil, que vai acompanhar os trabalhos.

A defesa do Cruzeiro ficará a cargo de Carlos Portinho. Candidato a deputado estadual no próximo domingo, Gilvan de Pinho Tavares também estará no STJD.

Boa parte da estratégia entre os dois rivais deverá ser o ataque. O Cruzeiro, que era o mandante e, por isso, responsável pela segurança, vai se apoiar no fato de não pedir ingressos nos clássicos quando é visitante. Além disso, vai tentar provar que as confusões aconteceram na torcida do Atlético e foram premeditadas, com o objetivo de prejudicar o clube.

Pelo lado alvinegro, a maior argumentação do departamento jurídico nesta quarta deve estar fundamentada no fato de o Cruzeiro ser o mandante e responsável pela segurança do clássico. Imagens do ônibus do Atlético sendo atingido por vários objetos na chegada ao Mineirão também serão apresentadas pelos advogados do Galo.

O Cruzeiro tem mais cinco partidas em casa até o fim do Brasileiro. O Galo joga seis vezes na capital.

Dependendo do entendimento do STJD, os dois clubes, caso condenados, podem cumprir as perdas de mando de campo jogando a 100 quilômetros de Belo Horizonte, ou na capital, mas com os portões fechados.

Durante o clássico, o árbitro carioca Marcelo de Lima Henrique chegou a interromper a partida aos 41 minutos do primeiro tempo por causa da confusão no Gigante da Pampulha.

No intervalo, voltaram a ser registrados atritos entre torcedores. A Polícia Militar (PM) apreendeu 11 pessoas, além de bombas, rojões e até um soco inglês. Dois dias após o confronto, a PM elaborou um relatório que foi entregue ao Ministério Público (MP) relatando todos os problemas registrados no duelo, pedindo até o fim das torcidas organizadas.

Organizadas

Anteontem, o MP determinou o afastamento da Galoucura, Máfia Azul e Pavilhão Independente dos estádios, em todo o país, nos próximos seis meses. Nesta terça-feira, as torcidas organizadas foram comunicadas do afastamento e prometeram recorrer.
 
Relator de muita história
 
Ex-delegado da Polícia Civil de São Paulo, o relator do processo que envolve a confusão no clássico entre Cruzeiro e Atlético já foi notícia por vários motivos. O último no início do mês, quando Ivaney Cayres de Souza foi flagrado pelas câmeras cochilando durante julgamento do Grêmio sobre o caso de injúria racial contra o goleiro Aranha.

A mais grave aconteceu em 2011, quando foi afastado do cargo de delegado sob acusação de desvio de aproximadamente R$ 40 milhões num esquema no Detran-SP.

Dois anos antes, Ivaney, que era diretor do Departamento Estadual de Investigações de Narcóticos de São Paulo (Denarc), foi acusado de acobertar policiais que mataram quatro inocentes em uma operação no município de Porto Feliz-SP. O Hoje em Dia buscou informações sobre os processos na Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, mas não teve sucesso.

Antes de atuar no STJD, Ivaney foi por duas vezes presidente do Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo. Ele é aliado de Marco Polo del Nero, atual vice-presidente da CBF.
 

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