O Brasil terá representantes em todas as modalidades dos Jogos Olímpicos do Rio. Na única que não recebeu convite, o ciclismo de pista, Gideoni Monteiro classificou o País. Ele começou nesta sexta-feira (4) sua participação no Omnium no Mundial de Londres já garantido na Olimpíada. Após três das seis disputas da prova que aponta o "ciclista completo", Gideoni é o 17.º colocado no Mundial.
Ele está classificado para a Olimpíada porque, pelos critérios definidos pela União Ciclística Internacional (UCI), os 18 primeiros países do ranking olímpico após o Mundial terão vaga no Rio-2016. Mas há um limite por continente: oito da Europa, cinco das Américas, cinco da Ásia, dois da Oceania e um da África.
O Brasil atualmente é o 16.º colocado deste ranking, mas, dos países que estão à sua frente, dez são europeus. Assim, com os descartes, o Brasil é 14.º. Das nações que vêm na sequência, só quatro (Hong Kong, México, Casaquistão e Coreia do Sul) estão no Mundial. Ainda que perca essas quatro posições, o País fecharia o ranking olímpico em 18.º, ficando com a última vaga no Rio-2016.
A Polônia, 25.ª, também está no Mundial, mas, por ser europeia, entra como descarte. Além disso, nenhuma competição internacional foi realizada desde a última atualização do ranking (22 de fevereiro), assim como não há nenhuma prevista para acontecer até sábado, quando o ranking fecha.
Mas, como a UCI ainda não confirma a classificação, Gideoni ainda não comemora publicamente a vaga para os Jogos do Rio. A credencial pertencerá à Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC), não nominalmente a ele, mas Gideoni será convocado porque é o único ciclista do País que disputa o Omnium em alto rendimento.
O brasileiro, de qualquer forma, foi a Londres sonhando em brigar pelo Top 10. Por enquanto, está longe disso. Aparece na 17.ª colocação, depois de ser 17.ª na primeira prova, 18.º na segunda e 10.º na terceira. Gideoni normalmente vai melhor no primeiro do que no segundo dia de provas. Assim, a tendência é ele cair após as três provas de sábado.
Desde 1992, quando Fernando Louro foi a Barcelona, o Brasil não consegue classificar nenhum atleta aos Jogos Olímpicos. O País não recebeu convite para os Jogos do Rio, quando competirá em casa, porque é uma prática no ciclismo de pista não distribuir convites. Afinal, diferente do atletismo e da natação, num velódromo um competidor lento, retardatário, atrapalha quem briga pelos primeiros lugares.
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