(Reprodução/Facebook)
O impacto da pressão sobre os atletas que disputarão os Jogos Olímpicos em casa deixa o Comitê Olímpico do Brasil (COB) em alerta. Entre os esportistas que ocuparão as 414 vagas garantidas pelo País na Olimpíada até o momento, no entanto, há um seleto grupo que não desperta essa preocupação: os "cabeças de campeão". A denominação é adotada por Marcus Vinícius Freire, diretor executivo de Esportes do COB, para designar os brasileiros veteranos, especialmente os medalhistas olímpicos.
Ele enfatiza que todo atleta que passa por mais de uma edição da Olimpíada aproveita melhor a experiência, está concentrado em ter bons resultados e "tende a não se encantar tanto com as distrações que a Vila Olímpica pode oferecer". Além disso, Marcus Vinícius valoriza a troca de conhecimentos com os competidores novatos. "Robert Scheidt e Rodrigo Pessoa, que foram porta-bandeiras em cerimônias de abertura, têm uma grande responsabilidade transferindo estas experiências para os mais jovens".
Mas o diretor do COB isenta os mais velhos de qualquer obrigação. "Dentro da Vila não passamos essa responsabilidade para o atleta que está em competição. No dia a dia, na conversa dentro do vestiário ou dentro da nossa área de convivência, são os atletas experientes que passam tranquilidade para os mais jovens", esclareceu.
Assim como em Londres, treinadores e ex-atletas foram "convocados" para as ações programadas pelo comitê para transmitir a vivência no esporte. "Já levamos o Emanuel para falar com os atletas do judô, o Bernardinho conversou com as meninas do handebol e o Giovane passou sua experiência para os atletas, já classificados para a Rio 2016, que estiveram presentes na nossa primeira reunião de integração", contou Freire.
Vela e hipismo, assim como tiro esportivo, estão entre as modalidades que permitem as carreiras mais longevas. Em cinco participações, Scheidt soma dois ouros (em Atlanta-1996 e Atenas-2004), duas pratas (em Sydney-2000 e Pequim-2008) e um bronze (Londres-2012). No Rio, a esperança volta a ser depositada sobre o velejador diante dos planos do Time Brasil de ficar no top 10 do quadro de medalhas dos Jogos Olímpicos, usando como critério o número total de pódios.
Doda Miranda, bronze por equipes no hipismo em Atlanta e Sydney, encara a possibilidade de disputar a Olimpíada pela sexta vez na carreira "com a experiência de veterano e entusiasmo de jovem cavaleiro". O atleta garante ter fôlego para Tóquio-2020 e disputar até mais edições. "Para o hipismo sou garoto. Cavaleiro é como vinho, mais envelhecido fica melhor. Nesse ponto meu ídolo é o cavaleiro Ian Millar, do Canadá, que aos 69 anos disputará sua 11.ª Olimpíada no Rio".
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