A principal e mais polêmica intervenção no Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 está muito próxima de acontecer. O processo de instalação do anel de compressão que vai sustentar a lona tensionada - em substituição à antiga cobertura, já demolida - chegou nesta sexta-feira a 56,7% de conclusão (das 60 peças necessárias, 34 foram instaladas). Em outubro ou novembro, a nova cobertura vai ser erguida, processo que deve durar um mês inteiro.
"É praticamente uma outra obra", disse nesta sexta-feira o presidente da Empresa de Obras Públicas do Estado (Emop), Ícaro Moreno Júnior. A lona terá 68,4 metros de comprimento (ante 30 metros da antiga cobertura) e vai cobrir cerca de 75 mil dos 78.639 lugares do novo Maracanã. Segundo ele, não foi possível que todos fossem cobertos porque o estádio tem formato elíptico e a ponta da lona, no centro, precisa ser circular. "Os 68,4 metros de comprimento são o máximo possível", explicou.
A demolição da cobertura, antes de acontecer, chegou a ser questionada pelo Ministério Público Federal do Rio. O órgão e entidades da sociedade civil criticavam a intervenção, afirmando que ela desrespeitava o tombamento do Maracanã pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Mas o próprio Iphan autorizou a demolição.
Nesta sexta-feira, Ícaro Moreno Júnior, mais uma vez, justificou a opção pela nova lona - que encareceu a reforma do estádio em mais de R$ 200 milhões. "Foi uma exigência da Fifa, que queria uma cobertura maior. Além disso, descobrimos um processo de corrosão no concreto. Estudamos muito e a melhor solução foi retirá-la", disse o presidente da Emop, após participar de palestra no Rio. A nova lona, segundo ele, terá vida útil de "50, 60 anos".
O Maracanã tem de estar pronto para a Copa das Confederações, daqui a um ano. O presidente da Emop manteve nesta sexta-feira a previsão de entrega do estádio para janeiro ou fevereiro. Segundo ele, em dezembro vai ter início a instalação das cadeiras; em janeiro, o gramado começa a ser colocado. Atualmente, há 5.531 funcionários trabalhando na obra, em dois turnos.
A licitação para escolha das empresas que vão administrar o novo estádio deve ser feita antes da reabertura, reafirmou nesta sexta-feira o presidente da Emop.
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