Com a presença de técnicos ilustres, foi lançada nesta segunda a Federação Brasileira dos Treinadores de Futebol (FBTF), entidade que pretende profissionalizar, regularizar e organizar a categoria no País. Estavam lá Luiz Felipe Scolari, Emerson Leão, Falcão, Vagner Mancini, Gilson Kleina, Dorival Júnior, Oswaldo de Oliveira e Caio Júnior, entre outros. "Nós estamos conversando há um bom tempo e alimentando a ideia de que poderíamos fazer algo diferente", explica Mancini, técnico do Atlético-PR e 1º vice-presidente da entidade que será comandada por Zé Mário.
As discussões entre os treinadores foram surgindo a partir das conversas sobre as dificuldades da profissão, principalmente o excesso de trocas no comando das equipes. Uma das bandeiras que a FBTF promete levar adiante é que a rescisão contratual dos técnicos que são demitidos sejam pagas no momento da demissão, e não como uma dívida que muitas vezes leva mais de dez anos para ser quitada. "Com o contrato registrado na CBF, teríamos menos troca de comando e os clubes evitariam muitos gastos. Não olhamos apenas para nós mesmos. Em caso de dispensa antecipada, queremos o justo pagamento integral até o final do contrato, assim como qualquer outro empregado brasileiro", afirma Mancini.
Felipão, técnico da seleção brasileira, participou ativamente deste encontro e fez questão de dar seu respaldo para a entidade que nasce com a força da nova geração de treinadores brasileiros. "Esse é o primeiro passo e muitos ainda teremos de dar para chegar ao objetivo final", diz o comandante da seleção brasileira. Já Emerson Leão também acredita no potencial da entidade. "Essa nova geração tem de receber o apoio dos mais velhos. Precisamos nos tornar respeitados", complementa.
Dorival Júnior, técnico do Vasco, lembra que os profissionais não estão atrás de holofotes. "Queremos a humanização da categoria e por isso estamos dando esse passo importantíssimo. Só queremos respeito", avisa.
A partir de agora, a entidade precisa ser registrada no Ministério do Trabalho para poder colher um imposto sindical. Antes disso, existe a possibilidade de que se cobrem mensalidades para a manutenção da entidade, que conta com o apoio de sindicatos ligados ao futebol.
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