Com seis décadas de história, clássico no Independência terá seu capítulo mais importante na quarta

Alexandre Simões - Hoje em Dia
10/11/2014 às 08:03.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:57
 (Arquivo Hoje em Dia)

(Arquivo Hoje em Dia)

Em quase 65 anos de história, o Independência, inaugurado em junho de 1950 para ser uma das sedes da Copa do Mundo, já recebeu 65 jogos entre Atlético e Cruzeiro. Na próxima quarta-feira (12), o confronto acontecerá novamente no Gigante do Horto. E a partida de ida da decisão da Copa do Brasil entrará para a história como o maior clássico entre os dois rivais no estádio.

Apesar de toda a badalação no início da década de 50 por ser o estádio mais moderno e com maior capacidade de público de Belo Horizonte na época, o Independência só foi receber o primeiro dos 65 clássicos entre Atlético e Cruzeiro que já sediou quatro anos depois de sua inauguração.

A “estreia” do Gigante do Horto no confronto foi em 25 de julho de 1954, com uma vitória atleticana por 1 a 0, com um gol marcado pelo atacante Ubaldo Miranda, em partida válida pelo Campeonato Mineiro.

Decisão

O título estadual daquela temporada foi a primeira decisão direta entre Galo e Raposa no estádio. E a disputa entrou para a história pela “originalidade” do regulamento redigido pelos cartolas da época.

A final do Campeonato Mineiro de 1954 só foi disputada no final de abril e início de maio de 1955. O título foi decidido numa melhor de 25 pontos, com um número máximo de quatro partidas.

O torneio teve três turnos. E cada campeão somou 10 pontos. Na decisão, a vitória valia cinco pontos, sendo que em caso de empate, cada time somava 2,5 pontos.

Como vencedor de duas etapas, o Cruzeiro tinha 20 pontos. O Atlético, que ganhou uma, dez. Por isso, aos cruzeirenses bastava uma vitória ou dois empates para levantar a taça. Mas nas duas primeiras partidas, só deu Galo, que empatou a disputa vencendo por 2 a 0, em 14 de abril de 1955, e goleando por 3 a 0, no dia 21.

O 1 a 1 no terceiro confronto, em 24 de abril, manteve o empate entre os dois clubes, que tinham 22,5 pontos.
Além disso, abriu a possibilidade de o Estadual de 1954 ter dois campeões, pois nova igualdade no tempo normal e na prorrogação no quarto clássico, marcado para o feriado de 1º de maio de 1955, deixaria Atlético e Cruzeiro com 25 pontos e o regulamento previa a divisão do título nesse caso.

A vitória atleticana por 2 a 1 garantiu ao time do técnico Ricardo Diez o primeiro tricampeonato estadual da sua história, algo que buscava desde 1928 e que já tinha se tornado um trauma.

Título dividido

Se não dividiram a taça em 1954, Atlético e Cruzeiro acabaram fazendo isso em 1956, por causa da inscrição irregular de um jogador alvinegro.

No campo, o Galo foi campeão, vencendo a terceira partida, depois de empate nas duas primeiras. Mas a Raposa recorreu aos tribunais, a coisa se arrastou e a decisão foi pela divisão do título.

Despedida

Em 1962 aconteceu a última final entre os rivais no Horto, na era pré-Mineirão. E o Atlético levou a melhor, impedindo o primeiro tetracampeonato cruzeirense, pois a Raposa tinha vencido o Estadual em 1959, 1960 e 1961.

O título do Galo foi conquistado com uma vitória na prorrogação, na última partida da melhor de três, depois de cada rival vencer um confronto.

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