Com time equilibrado, São Paulo encerra jejum de títulos

Agencia Estado
13/12/2012 às 00:39.
Atualizado em 21/11/2021 às 19:28

Primeiro a bonança, depois a tempestade. Depois, a bonança de novo. Foram quatro anos de um duro jejum de títulos até que o São Paulo voltasse a ser campeão, nesta quarta-feira, no Morumbi, ao bater o Tigre (Argentina) para ficar com a inédita conquista da Copa Sul-Americana.

Depois de vencer uma Copa Libertadores, um Mundial de Clubes da Fifa, três Campeonatos Brasileiros e um Campeonato Paulista entre 2005 e 2008, o clube passou a viver uma fase de vacas magras. Nada dava certo. As contratações não vingavam, o time ia mal em decisões, os treinadores se mostravam grandes decepções e os garotos de Cotia não se firmavam.

O título da Sul-Americana, aliado ao bom segundo turno no Brasileirão, mostrou que os ares são outros no Morumbi. A começar pelas contratações para a temporada de 2012. Exceção ao volante Fabrício, que se machucou e não jogou, e ao também volante Paulo Assunção, contratado às pressas para uma posição em que não havia a necessidade, todos os reforços cumpriram bem seus papeis.

A começar pela defesa. Rafael Tolói chegou no meio do ano e consertou o problema crônico. Paulo Miranda, que havia feito besteira atrás de besteira como zagueiro no primeiro semestre, acabou improvisado pela lateral direita e se saiu muito bem. Edson Silva se mostrou um reserva confiável e Cortez encerra o ano pleiteando novamente uma vaga na seleção brasileira.

No meio, Wellington e Denilson revivem os bons tempos de Josué e Mineiro, enquanto que Jadson, apesar dos altos e baixos, cumpre seu papel sem muita contestação, tendo crescido de produção na Sul-Americana. E, na frente, Osvaldo se mostrou um jogador essencial, fazendo pela esquerda o papel que Lucas ocupa pela direita. E ainda tem Douglas, Paulo Henrique Ganso e Maicon saindo bem do banco de reservas.

Mas tudo isso só foi possível pelo trabalho de Ney Franco. O treinador, tirado da seleção brasileira sub-20 para substituir Emerson Leão, demorou um pouco a engrenar, mas mostrou a sua melhor face: a capacidade de entender o seu time, determinando funções para cada jogador cumprir em campo.

A defesa, antes desprotegida, ficou mais segura com Wellington e Denilson à frente. Paulo Miranda acabou com a avenida que era a lateral direita e Cortez evoluiu significativamente na marcação. A formação com três atacantes deu velocidade e mobilidade ao time, que foi melhor que o adversário em todos os jogos da Sul-Americana e deu espetáculo principalmente contra seu rival mais forte, a Universidad de Chile, ainda nas quartas de final.

O sucesso da formação escolhida por Ney Franco e a confiança que ele depositou em alguns jogadores deixou mais fácil a montagem do time para o ano que vem, quando o clube tem a chance de jogar a Libertadores (precisa passar pela fase preliminar). O elenco será inflado, mas o time titular deverá ter poucas modificações, com destaque para a entrada de Paulo Henrique Ganso e a saída de Lucas.

Se conseguir repetir o sucesso na política de contrações deste ano e mantiver o excelente trabalho de Ney Franco, o São Paulo tem tudo para ir longe na próxima temporada.
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