As candidaturas do Catar para os Mundiais de Atletismo de 2017 e de 2019 estão sendo investigadas pela Comissão de Ética da Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF, na sigla em inglês), afirmou, nesta terça-feira (26), o presidente da Federação de Atletismo do Reino Unido, a UK Athletics, Ed Warner.
A revelação do dirigente foi realizada durante audiência de uma comissão do Parlamento da Grã-Bretanha sobre o escândalo de doping no atletismo. Londres foi definida como sede do Mundial de 2017, superando a cidade de Doha, no Catar, em votação. Depois, Doha bateu Barcelona e Eugene na votação para o campeonato de 2019.
Warner foi convidado a participar da audiência após declarar em uma entrevista que "envelopes marrons" foram entregues aos membros do conselho da IAAF antes da votação em 2011 sobre o Mundial de 2017. Warner declarou ele "não estava preparado para dizer" quem lhe fez essa revelação.
"Eu tive uma série de discussões com a IAAF, e eles me disseram que as candidaturas de Doha, Catar, para 2017 e 2019 foram levadas à sua comissão de ética", disse Warner aos legisladores. "Estou muito satisfeito com isso e minha próxima expectativa é de que o comitê de ética mostre tudo o que ouvi na época", acrescentou.
Warner disse que colocou os rumores sobre envelopes marrons "no fundo da cabeça" até que a escalada da corrupção na IAAF sob a presidência do queniano Lamine Diack foi revelada.
"Parece incrível pensar que envelopes marrons estavam sendo entregues em suítes de hotel", afirmou. "Você pensaria que seria muito mais sutil do que isso se você estivesse corrompendo".
Em novembro, a Comissão de Ética da IAAF suspendeu o dirigente queniano, que foi acusado de receber dois carros da Federação de Atletismo do Catar como um "aparente presente" entre 2014 e 2015. Essa revelação fez Warner questionar "se foi uma disputa justa".
Posteriormente, o Catar foi escolhido para sediar pela primeira vez uma edição do Mundial de Atletismo numa votação em novembro de 2014. Sebastian Coe, o atual presidente da IAAF, disse em uma audiência parlamentar que não tinha certeza se a vitória da candidatura de Doha foi limpa.
A também vitoriosa tentativa do Catar de organizar a Copa do Mundo de 2022 é alvo de acusações de irregularidades. O país nega ter realizado qualquer ação ilegal para receber o direito de sediar qualquer evento esportivo.
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