Comitê do Catar nega suborno para ter Copa do Mundo de 2022

Agência Estado
18/03/2014 às 11:24.
Atualizado em 20/11/2021 às 16:41

O Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2022 se pronunciou oficialmente nesta terça-feira (18) para negar que tenha conhecimento do pagamento de um suposto suborno a um ex-vice-presidente da Fifa, que teria ocorrido depois de o Catar ser escolhido como sede do Mundial. O pronunciamento ocorre depois de ter surgido, na última segunda, a informação de que o FBI está investigando um depósito feito a Jack Warner, ex-dirigente caribenho e ex-número 2 da entidade que controla o futebol mundial, por uma empresa de um dirigente catariano, dias depois que o país árabe foi eleito palco de uma edição da mais importante competição do esporte.

Warner teria recebido mais de US$ 2 milhões de uma empresa ligada à campanha do Catar para abrigar a Copa e sua família, que vive em Miami, também teria recebido parte do dinheiro e hoje estaria cooperando com as investigações. Documentos revelam pagamentos que, segundo a polícia americana, precisam ser esclarecidos.

A edição desta terça-feira do jornal britânico Daily Telegraph informou nesta terça que existem evidências de que uma empresa de Mohamed Bin Hammam, ex-representante do Catar na Fifa e que chegou a se candidatar para presidir a entidade com o apoio de Ricardo Teixeira, ex-presidente da CBF, pagou quase US$ 2 milhões para Warner e seus familiares.

Por meio de um comunicado, porém, o Comitê Supremo para Entrega e Legado da Copa do Mundo de 2022 disse que o processo de candidatura do país "respeitou rigorosamente as normas da Fifa em conformidade com o seu código de ética". Em seguida, o informe enfatizou que o comitê "não têm conhecimento de quaisquer alegações que cercam transações comerciais entre indivíduos privados".

Em dezembro de 2010, a Fifa elegeu oficialmente o Catar como sede da Copa de 2022. O país árabe venceu Estados Unidos, Austrália, Japão e Coreia do Sul na disputa para abrigar a competição, sendo que em 2011 a Associação de Futebol do Catar já havia negado que ofereceu subornos a representantes da entidade máxima do futebol para ganhar votos no processo de escolha da sede do torneio.

No centro da polêmica envolvendo a escolha do Catar como sede da Copa de 2022, Warner deixou a Fifa em 2011, depois que ficou provado que ele ajudou Bin Hammam a distribuir subornos para outros cartolas com a intenção de vencer a eleição na Fifa naquele ano.

Documentos investigados pela polícia dão conta de que, no dia 15 de dezembro de 2010, as empresas de Bin Hammam teriam enviado US$ 1,2 milhão para contas de Warner, enquanto um pagamento de mais US$ 1 milhão teria sido encaminhado para o filho do dirigente e empregados de suas empresas.

Chamou a atenção do FBI o trajeto destas quantias em dinheiro, que inicialmente deveriam ter sido enviadas a um banco nas Ilhas Cayman, mas a instituição em questão recusou o depósito. Segundo o jornal The Telegraph, o dinheiro então circulou via Nova York, o que chamou a atenção das autoridades americanas.
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