Confederações se planejam para ciclo olímpico de Tóquio-2020 com menos recurso

Estadão Conteúdo
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23/12/2016 às 08:15.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:11
 (Divulgação)

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As confederações esportivas brasileiras já imaginavam que os recursos para o próximo ciclo olímpico seriam menores após os Jogos do Rio-2016 e muitas já estão fazendo o planejamento para trabalhar com menos recursos até Tóquio, em 2020. O Comitê Olímpico do Brasil (COB) anunciou que as entidades vão receber R$ 13 milhões a menos no próximo ano em relação ao período anterior na divisão dos recursos financeiros oriundos da Lei Agnelo/Piva. Se no ano olímpico R$ 98 milhões foram divididos pelas entidades, a estimativa é de R$ 85 milhões para 2017.

Entre as 29 confederações, apenas duas tiveram os recursos aumentados: a de luta olímpica, com 19,2%, e a de levantamento de peso, que teve um acréscimo mínimo de 0,2%. As outras terão perda de receitas e precisarão cortas gastos e buscar outras formas de rendimento.

A Confederação Brasileira de Hipismo (CBH), por exemplo, terá uma redução de quase 50%. A entidade pode ainda pleitear um aumento no valor em conversas com o COB em janeiro - para as entidades que tiveram uma redução acima de 20%, o COB se comprometeu a dividir mais R$ 7 milhões a partir de projetos apresentados.

Para definir os valores distribuídos, o comitê reformulou seus critérios e pontuou as confederações em diversos itens, como ter medalhista olímpico, alcançar o Top 8 nos Jogos, subir ao pódio em Mundiais, ganhar medalha de ouro no Pan e até possuir uma boa gestão financeira, entre outras coisas.

A CBH, por exemplo, veio de um ciclo olímpico com resultado histórico no CCE no Rio-2016, com um sexto lugar. Ganhou ainda a Copa das Nações de Calgary (Canadá), em 2015, e foi vice este ano, além de desenvolver um bom trabalho na base. Procurada, a entidade preferiu não se pronunciar e pretende sentar com o COB para recuperar parte da verba.

A Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC) teve uma redução de 41% no repasse. "A diminuição dos valores foi esclarecida pelo COB tendo como fator principal a sua baixa arrecadação. Também foram criados novos critérios para a distribuição dos recursos visando ao próximo ciclo olímpico e isso é normal dentro do esporte de alto rendimento", explicou o presidente José Luiz Vasconcellos.

Ele lembra que a confederação pretende apresentar "projetos dentro das suas necessidades formatados de acordo com os novos critérios para atender de forma distinta as nossas quatro modalidades (BMX, estrada, mountain bike e pista), tendo em vista que existem hoje confederações que estão recebendo os mesmos valores da CBC, mas para administrar apenas uma disciplina olímpica".

Com 4% a menos, a Cbru (Confederação Brasileira de Rugby) pretende priorizar o investimento na equipe feminina de sevens, a modalidade olímpica. "Pela primeira vez a seleção será membro permanente do torneio de maior importância a nível internacional: o Circuito Mundial de Sevens. Iniciamos a preparação para Tóquio-2020 com a maior velocidade e intensidade possíveis e faremos o máximo para manter e aumentar esta intensidade durante todo o ciclo", contou Agustín Danza, CEO da entidade.

Já a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN), apesar de perder 16,6% dos recursos, pretende manter o ritmo após alcançar resultados e metas importantes neste ano de acordo com seu planejamento estratégico de longo prazo, que está embasado pelo Business Plan lançado em 2015. "Neste contexto, embora o repasse de recursos da Lei Piva tenha sofrido redução, trata-se de questão de ajuste de alguns planos a curto prazo para que possamos seguir alinhados à estratégia a longo prazo", afirmou Pedro Cavazzoni, CEO da CBDN.

Superintendente da Confederação Brasileira de Wrestling (CBW), Roberto Leitão frisa que houve, na verdade, uma pequena redução de aproximadamente 5% e de 12% se considerarmos todos os repasses do COB, incluindo projetos especiais. Apesar deste cenário, o dirigente comemora o reconhecimento do trabalho da entidade.
"Ficamos satisfeitos em ver que o COB avaliou bem o nosso trabalho. A Luta brasileira teve enorme desenvolvimento nesses últimos anos e a CBW soube aproveitar o ‘barco dos Jogos’ e colocamos a Luta em outro patamar, de meros participantes a reais condições de obtermos resultados", afirmou.
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