A perda de Chicão, em 2013, e de Paulo André nesta temporada, trouxe uma preocupação na defesa do Corinthians: a defesa dá muito "chutão". Ciente de que uma saída de bola com qualidade pode ocasionar bons contragolpes, Mano Menezes aprimora o passe preciso de seus homens de trás.
Sob orientação do auxiliar Sidnei Lobo, os atuais titulares da zaga, Gil e Cléber, além de Felipe, Wanderson e Pedro Henrique, estão recebendo trabalhos específicos para evitar o afobamento na hora de cortar a bola e sair dando o passe no pé dos volantes ou meias.
Paulo André, apesar de ser mais lento, era homem de confiança na zaga ainda comandada por Tite, por ter visão de jogo, e não "rifar" a bola. Ele sabia sair jogando e acabava deixando o Corinthians organizado na hora de partir para o ataque.
Agora, esse fator anda tirando o sono de Mano. Tanto que ele relutou em colocar Gil e Cléber juntos. Optava por Felipe "pelo passe melhor". Com as "torres gêmeas" na defesa, o treinador viu que cortar os ataques rivais só com chutões deixa o time desorganizado e vulnerável. A bola vai e volta rapidamente.
"Hoje, já temos condições de iniciar o Brasileiro de igual para igual, mas é bom usar esses dias que faltam para corrigir as falhas. Temos de aprimorar algumas coisas, como sair jogando com qualidade da defesa para o ataque", disse Mano Menezes.
Na última segunda-feira, no trabalho específico de toques, os zagueiros primeiro trocaram bola entre eles, em espaço curto. Os titulares foram bem, já Wanderson e, principalmente o jovem Pedro Henrique, erraram bastante, apesar de estarem a pouco mais de três metros do companheiro. "Não pode errar esse tipo de passe", cobrava, com insistência, Sidnei Lobo.
A pior parte foi quando tinham de dar um passe mais longo, de uns 10 metros. Os erros foram constantes, a ponto de até o meia Jadson brincar com um dos defensores. "Baita 'passão', hein", disse o jogador, que tem neste fundamento uma das principais qualidades.