(Yuri Cortez/AFP)
Um aperitivo para a Copa do Mundo e, mais do que isso, um teste em condições reais da estrutura do país-sede a tempo de eventuais correções. Desde 1997 é assim – na verdade, a iniciativa começou em 1992 na Arábia Saudita, desvinculada do calendário da Fifa, mas apenas às vésperas do Mundial da França, de triste lembrança para nós, brasileiros, se tornou competição fixa no calendário internacional do futebol. Deste sábado a 2 de julho, os campeões continentais se juntam aos donos da casa nos gramados da Rússia para a oitava edição da Copa das Confederações.
Seja com força máxima ou poupando o grupo que tem tudo para retornar ao país no ano que vem – vale lembrar que, entre as oito seleções, apenas os anfitriões têm presença confirmada na Copa – a promessa é de jogos de alto nível, com várias revelações querendo se juntar ao rol da estrelas e nomes consagrados – Cristiano Ronaldo lidera Portugal, o México aposta na experiência de Javier "Chicharito" Hernández e o Chile, atual campeão da Copa América, conta com Arturo Vidal e Aléxis Sánchez.
Misto quente
Fiel ao estilo pragmático, o comandante alemão Joachim Löw preferiu deixar em casa destaques como Thomas Muller, Ozil, Kroos, Hummels e Neuer, para observar um grupo que, no papel, não tem nada de time misto. Afinal, jogadores como Julian Draxler, Timo Werner, Emre Can e Joshua Kimmich são titulares em algumas das principais equipes da Europa. E, no gol, estará o experiente Ter-Stegen, do Barcelona.
Mesmo Portugal, que mantém a experiente base do grupo campeão da Eurocopa, abre espaço para a renovação. O técnico Fernando Santos tem, à disposição novatos como o atacante André Silva, recentemente comprado pelo Milan; o meia Bernardo Silva, um dos pilares do Monaco, campeão francês, que vai se transferir para o Manchester City, além do lateral esquerdo Raphael Guerreiro, do Borussia Dortmund. Camarões chega com um grupo bastante jovem, disposto a manter a tradição recente dos Leões Indomáveis. Da Austrália, é de se esperar alguns passos da evolução constante, enquanto a Nova Zelândia promete pelo menos não fazer papel tão modesto quanto o Taiti nos gramados brasileiros.
Os donos da casa, que abrem a competição contra a Nova Zelândia, às 12h (de Brasília), são a grande incógnita do torneio. Com direito a um mineiro de Cataguases no banco de reservas. O goleiro Guilherme, de 31 anos, foi revelado pelo Atlético Paranaense. Contratado há 10 anos pelo Lokomotiv, obteve a cidadania e o direito de defender a Sbornaya (Seleção Russa) – é reserva do experiente Akinfeev.
Moscou, Sochi, Kazan e São Petersburgo sediam a competição, e é justamente a última o motivo de maior preocupação. A arena da cidade, que será a casa do Zenit, estourou o orçamento em 540% (custou US$ 1,5 bilhão), foi concluída com três anos de atraso e o primeiro gramado não apresentava condições para receber os jogos, o que exigiu um novo projeto e o replantio total.