(Washington Alves/Lightpress)
Não foi como o torcedor imaginava, já que quem vai ao estádio espera vitória do time do coração. Mas o Cruzeiro foi sinônimo de garra, superação e vontade diante do Grêmio, na noite desta segunda-feira, no fechamento da oitava rodada do Campeonato Brasileiro. Em uma partida alucinante, a Raposa buscou o resultado diante de um organizado Tricolor Gaúcho e empatou em 3 a 3 depois de estar perdendo por dois gols de diferença.
O resultado deixou o time de Mano Menezes na oitava colocação com 11 pontos e 45,8% de aproveitamento em oito jogos. E se antes do início da rodada de número oito a Raposa tinha o pior ataque entre os dez primeiros colocados (apenas cinco gols), "na partida maluca” contra os gaúchos fez mais da metade dos tentos que somou em todos os jogos anteriores do Brasileirão.
Já o Grêmio perdeu a chance de chegar ao primeiro lugar. O Corinthians se mantém líder, pois tem 20 pontos, contra 19 do time gaúcho.
O JOGO
A pressão inicial do Cruzeiro foi efêmera, apenas a sensação de um alívio imediato para o torcedor celeste que mais desconfiava do que acreditava no time. Assim, pela irregularidade do time cruzeirense, não demorou para o Grêmio gostar do jogo e fazer o que sabe: envolver e confundir o adversário.
Com toques rápidos e um jogo de muita responsabilidade tática, o Tricolor Gaúcho deu o primeiro golpe na Raposa seguindo a cartilha do futebol: fez o gol nos 15 minutos iniciais.
Em jogada de escanteio, Luan coloca a bola na cabeça do zagueiro Kannemann, que acerta a trave. No rebote, Everton fez a alegria dos gremistas: 1 a 0.
O gol evidenciou um problema importante no time de Mano Menezes. Além da instabilidade emocional, a desorganização dos jogadores em campo era ponto a favor do organizado Grêmio de Renato Gaúcho.
Com o esquema fragilizado, a Raposa, mais uma vez, foi presa fácil. Levou o segundo gol em uma falha completa do sistema defensivo. Autor do primeiro tento gremista, Everton dominou a bola na área e cruzou rasteiro. O volante Michel aproveitou o “apagão” da zaga cruzeirense e a falha de Fábio para ampliar: 2 a 0, logo após a expulsão do técnico Mano Menezes por reclamação com o árbitro Raphael Claus.
Clima de velório no Mineirão, o indicativo era de um tropeço gigante. Mas o que é o futebol. Do cenário de caos o Cruzeiro ainda ressurgiu das cinzas. Thiago Neves diminuiu aos 45 minutos do primeiro tempo, após espanada errada de Kannemann: 2 a 1.
Era o alento que o time precisava para iniciar o segundo tempo com esperanças de ressurgir no jogo. E a palavra de ordem foi justamente essa: ressurreição.
Aos dois minutos da etapa complementar, Rafael Sóbis, de origem colorada, rival histórico do Grêmio, fez o segundo gol cruzeirense e deixou tudo igual: 2 a 2. A Raposa incendiava de vez a partida.
O torcedor celeste ainda em êxtase nas arquibancadas viu o Grêmio novamente ficar à frente no placar. Em uma partida extremamente alucinada acontecia o quinto gol aos 14 minutos do segundo tempo. Ramiro desempatava para os gaúchos: 3 a 2.
Silêncio momentâneo do lado cruzeirense. Festa na torcida gremista. Mas por pouco tempo novamente. Três minutos se passaram até que Robinho deixasse tudo igual novamente. Um jogaço, partida daquelas que não é todo dia que acontece. Não mesmo!
Ninguém conseguia imaginar o que poderia acontecer nos minutos seguintes. Certo é que todos tinham uma crença: gol poderia acontecer a qualquer momento, para qualquer um dos times.
A partida seguiu aceleradíssima, cada hora com uma equipe assustando o goleiro adversário. Fábio trabalhou bastante, enquanto Grohe vivia um clima de “guerra fria”, já que a cada investida de ataque o Cruzeiro levava muitos jogadores à área gremista.
Mas, mesmo com muita vontade de ambas as equipes, o resultado ficou mesmo no 3 a 3. E o torcedor cruzeirense aplaudiu o time que diferentemente de outras rodadas mostrou poder de reação e ímpeto ofensivo jogando em casa.
CRUZEIRO 3 x 3 GRÊMIO
Motivo: Oitava rodada do Campeonato Brasileiro
Local: Mineirão, em Belo Horizonte
Arbitragem: Rafael Claus (SP)
Auxiliares: Alex Ang Ribeiro (SP) e Tatiane Sacilotti dos Santos Camargo (SP)
Gols: Everton, aos 15 minutos, Michel aos 41 minutos e Thiago Neves aos 45 minutos do primeiro tempo. Rafael Sóbis aos dois minutos, Ramiro aos 14 minutos e Robinho aos 17 minutos do segundo tempo.
Cartão Amarelo: Diogo Barbosa, Robinho, Rafael Sóbis, Ezequiel e Léo (CRU); Michel e Ramiro (GRE)
Cartão vermelho: Não Houve
Público: 17.327
Renda: R$ 375.211,00
CRUZEIRO - Fábio; Ezequiel, Léo, Caicedo e Diogo Barbosa; Lucas Romero, Ariel Cabral (Lucas Silva); Robinho (Ramón Ábila), Thiago Neves e Alisson; Rafael Sóbis (Élber). Técnico: Mano Menezes.
GRÊMIO - Marcelo Grohe; Edílson, Pedro Geromel, Kannemann (Rafael Thyere) e Bruno Cortez; Michel, Arthur (Maicon), Ramiro, Luan e Pedro Rocha (Fernandinho); Everton. Técnico: Renato Gaúcho.